LAPA - SÍMBOLO DA BOEMIA CARIOCA: ESPAÇO DE ENCONTROS E DIVERSIDADES SOCIAIS E CULTURAIS

Patricia Rangel; cristina da conceição silva; José Geraldo da Rocha

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Trabalho

Título do Trabalho

LAPA - SÍMBOLO DA BOEMIA CARIOCA: ESPAÇO DE ENCONTROS E DIVERSIDADES SOCIAIS E CULTURAIS

Autores

Patricia Rangel
cristina da conceição silva
José Geraldo da Rocha

Modalidade

Comunicação Oral - Resumo

Área temática

[GT 06] Economia Popular e Solidária e Desenvolvimento Local

Data de Publicação

14/03/2022

País da Publicação

Brasil

Idioma da Publicação

Português

Página do Trabalho

https://www.even3.com.br/anais/viiconinter2018/103020-lapa---simbolo-da-boemia-carioca--espaco-de-encontros-e-diversidades-sociais-e-culturais

ISSN

2316-266X

Palavras-Chave

Lapa, território, diversidade social, cultura

Resumo

O presente trabalho é resultado de pesquisas sobre culturas, pluralidades e vida social, dinamizados pelo Grupo de Pesquisa em Relações Raciais, Desigualdades Sociais e Educação – CNPQ/Unigranrio. Objetiva discutir como a região da Lapa representa o exercício do direito à cidade, considerando, portanto, a apropriação cultural local, que se desvela a partir do exercício do direito à cidade e à produção de espaços urbanos. A referida região se encontra no centro da cidade do Rio de Janeiro e reúne, através de muitos encontros, sujeitos de diferentes contextos socioeconômicos, os quais, direta ou indiretamente, participam da transformação da malha sociocultural pela forma como se produzem na/pela presença do diverso. A Lapa, então, parece aproximar os extremos da vida social: do pobre ao rico, da conquista romanceada à prostituição, do samba ao rock etc. As diversidades existem e resistem a cada encontro na Lapa, formando um verdadeiro caldo cultural. Na primeira parte deste ensaio, enveredamo-nos pela “Lapa de outrora”, apresentando algumas marcas históricas, que fazem parte da formação sociocultural do espaço, as quais, ainda hoje, reverberam nas imagens do local. Em seguida, tratamos do direito à cidade, tecendo comentários sobre a relação do homem com o espaço, bem como do desejo do sujeito de participar das formas de construção do local, tanto física quanto socialmente. Mais adiante, abordaremos a musicalidade da Lapa, a partir do entendimento de que lá ocorre a congregação de diferentes sujeitos, sempre deixando reflexos de si nos caminhos de outros. Por fim, discutimos a ideia da Lapa como reduto de cultura, em que as territorialidades diurnas se diferenciam daquelas que alimentam a vida noturna, mas que, de qualquer forma, participam ativamente das relações sociais e históricas forjadas na maneira como os frequentadores do espaço se produzem e se constroem a cada encontro. Encerramos este trabalho com as considerações finais. Para o desenvolvimento deste trabalho, serão considerados os trabalhos dos autores Dumazedier (1976), Araújo (2009), Requião (2009), Irias (2007), Sarlo (2014), Lefebvre (2015), dentre outros, que vão discorrer acerca do direito à cidade, reapropriação do lugar, lazer e cultura. A metodologia adotada é qualitativa com abordagem etnográfica, pois este trabalho não apenas pretende identificar as “diversidades”, mas de compreendê-las na malha das relações sociais, sempre a partir das vozes que as constituem. Como menciona Angrosino (2009), “muito do que se sabe sobre relações de campo, sobre abertura e direcionamento rumo a um campo e seus membros, sabe-se através da pesquisa etnográfica”. Assim, podemos observar, atualmente, a vida social se desvela como dinâmica, pluralizada, e que se constrói a partir de muitos encontros; de fato, através de encontros de outros encontros. Estar na Lapa é perceber uma parte da história da cidade, seja pela sua arquitetura de outrora e de suas adaptações de atualidade, pelos ritmos musicais e a diversidade de gêneros, etnias e faixas etárias, que lá se encontram. Desse modo, pode-se verificar que a rua pode representar a cultura de um grupo e quiçá de uma cidade pela sua “diversidade”, podendo ser considerada um museu a céu aberto. Assim sendo, a Lapa carioca de outrora e a de agora, embora apresentem mudanças no espaço e na arquitetura, ainda operam como o lugar que oportuniza o congregar de várias tribos, ritmos e classes sociais, reunindo não somente aqueles que buscam os prazeres da vida boêmia, mas também aqueles que tiram o seu sustento dos encontros no local. A Lapa, portanto, não é apenas o espaço da cultura, mas da relação entre os sujeitos para produzi-la, transformá-la e se sentirem parte de uma geografia que congrega e reconhece o diferente. Referências bibliográficas ARANTES, Otilia Beatriz Fiori. Urbanismo em fim de linha e outros estudos sobre o colapso da modernização arquitetônica. São Paulo: USP, 1998, p.152. ARAÚJO, Vanessa Jorge de. Lapa Carioca, uma (re)apropriação do lugar. IPPUR/UFRJ: Rio de Janeiro, 2009. BALBO, Marcello. Cities transformed: Demographic change and its implications in the developing world. Washington: The Nacional Academies Press, 2003, p. 379. DUMAZEDIER, Joffre. Lazer e Cultura Popular. São Paulo: Perspectiva, 1976. HARVEY, David. The right to the city. New Left Review, n. 53, 23–40, 2008. ______. A Liberdade da Cidade. São Paulo: Boitempo Editorial. 2013, p. 27-34. IRIAS. Frederico Duarte. A renovação urbana da Lapa, Rio de Janeiro: um território de conflito?. RJ. IPPUR/UFRJ. 2007 LEFEBVRE, Henry. O Direito à Cidade. São Paulo: Centauro Editora, 2015. PARK, Robert. On social control and collective behavior. Chicago: Chicago University, 1967. REQUIÃO, Luciana. O trabalho produtivo do músico nas casas de shows da Lapa: um estudo de caso. 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Título do Evento: VII Coninter
Cidade do Evento: Rio de Janeiro
Título dos Anais do Evento: Anais VII CONINTER
Nome da Editora: Even3
Meio de Divulgação: Meio Digital

Como citar

RANGEL, Patricia; SILVA, cristina da conceição; ROCHA, José Geraldo da. LAPA - SÍMBOLO DA BOEMIA CARIOCA: ESPAÇO DE ENCONTROS E DIVERSIDADES SOCIAIS E CULTURAIS.. In: Anais VII CONINTER. Anais...Rio de Janeiro(RJ) UNIRIO, 2018. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/VIIConinter2018/103020-LAPA---SIMBOLO-DA-BOEMIA-CARIOCA--ESPACO-DE-ENCONTROS-E-DIVERSIDADES-SOCIAIS-E-CULTURAIS. Acesso em: 26/04/2025