PAPEL DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA DEMOCRATIZAÇÃO DO ACESSO À SAÚDE: UMA REVISÃO BIBLIOMÉTRICA

Publicado em 23/12/2021

Título do Trabalho
PAPEL DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA DEMOCRATIZAÇÃO DO ACESSO À SAÚDE: UMA REVISÃO BIBLIOMÉTRICA
Autores
  • Nathália Gomes de Alvarenga
  • Pedro Augusto da Silva Pereira
  • Renata Baptista de Sant’Anna
  • Renato Faria da Gama
Modalidade
Resumo Expandido e Trabalho Completo
Área temática
GT 28 - Informação, Educação e Tecnologias
Data de Publicação
23/12/2021
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/xc22021/431313-papel-da-inteligencia-artificial-na-democratizacao-do-acesso-a-saude--uma-revisao-bibliometrica
ISSN
Palavras-Chave
bibliometria, equidade no acesso aos serviços de saúde, inteligência artificial, tecnologia da informação, tomada de decisões assistida por computador
Resumo
PAPEL DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA DEMOCRATIZAÇÃO DO ACESSO À SAÚDE: UMA REVISÃO BIBLIOMÉTRICA PEDRO AUGUSTO DA SILVA PEREIRA Graduado em Engenharia de Controle e Automação pelo Instituto Federal Fluminense. Graduando em Medicina na Faculdade de Medicina de Campos. pedroasp@outlook.com NATHÁLIA GOMES DE ALVARENGA Graduanda em Medicina na Faculdade de Medicina de Campos. alvarenga.g.nathalia@gmail.com RENATA BAPTISTA DE SANT’ANNA Graduanda em Medicina na Faculdade de Medicina de Campos. renata_baptista@yahoo.com.br RENATO FARIA DA GAMA Professor da Pós-Graduação Lato Sensu em Neurologia da Faculdade IPEMED-AFYA. Professor de Graduação da Faculdade de Medicina de Campos e da UFRJ – Campus Macaé. Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Cognição e Linguagem da Universidade Estadual do Norte Fluminense renatofgama@gmail.com Introdução A Inteligência Artificial (IA) é um ramo da ciência da computação que estuda aplicações da informática capazes de reconhecer problemas, analisar dados e sugerir soluções, utilizando métodos heurísticos organizados sob forma de algoritmos que organizam informações disponibilizadas por bancos de dados. Seu uso tem se disseminado nos mais diversos aspectos da vida humana, o que inclui a pesquisa, prática e ensino da medicina. As sociedades médicas têm demonstrado interesses e preocupações a respeito da emergência das IA, visto que estas podem contribuir para o aprimoramento da medicina, mas também pode ser aplicada de forma substitutiva ao componente humano, dando origem a equívocos de interpretação por parte dos pacientes que eventualmente utilizem mecanismos de busca da internet para realizar seus próprios diagnósticos. Considerando que tanto os conhecimentos médicos quanto o desenvolvimento da informática crescem em ritmos superiores ao que habitualmente um profissional da saúde é capaz de absorver num processo dinâmico de educação continuada acredita-se que a IA pode ser um importante aliado dos médicos na ampliação dos diagnósticos diferenciais, na investigação de doenças raras, na verificação de interações medicamentosas. Por este motivo observa-se a IA como importante ferramenta de democratização do acesso à saúde, uma vez que médicos habilidosos no manejo destes recursos computacionais podem ser capazes de contribuir com a saúde de populações que originalmente não teriam acesso a ampla rede de especialistas ou estejam geograficamente distantes de autoridades médicas em temas específicos mesmo que tenham uma formação clínica generalista, bastando que tenham sido adequadamente capacitados no manejo eficaz das ferramentas clínicas baseadas em IA. Em nosso meio já existe plataformas gratuitas como Symptomate®, que analisa sintomas relatados pelos pacientes e propõe hipóteses diagnósticas após percorrer algoritmos clínicos, sugerindo ao fim de poucos cliques uma relação de possíveis etiologias. Com o objetivo de explorar a literatura concernente ao papel da IA na democratização da informação à saúde os autores realizaram uma análise bibliométrica em dezesseis de setembro de 2021, utilizando a base Scopus®?. Os termos utilizados na pesquisa e respectivos operadores booleanos foram "artificial intelligence" AND "health services accessibility" sendo a busca direcionada apenas a títulos, resumos ou palavras-chave. Não foram incluídos critérios adicionais de inclusão ou exclusão. 1. Fundamentação teórica A Organização Mundial da Saúde (OMS) tem proposto reflexões sobre novos paradigmas na formação da força de trabalho em Atenção Primária em Saúde (APS). Defende que algumas forças de mudança podem produzir impacto positivo no aprimoramento da assistência, entre as quais se incluem a mudanças demográficas, ambientais, políticas, culturais, além de alterações no curso da carga das doenças, nos modelos assistenciais e no aprimoramento tecnológico (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2018). Embora os avanços no campo da IA tenha ocorrido nos países desenvolvidos durante os últimos 60 anos, os países em desenvolvimento ainda se encontram em processo incipiente nesta tecnologia. Recentemente tem sido ampliado estudos a respeito de estratégias para reduzir a pobreza e oferecer uma vasta gama de serviços públicos por meio de aplicações de IA (WAHL et al., 2018). Mesmo se tratando de um mesmo país em desenvolvimento, tem sido observada ampla iniquidade entre serviços de saúde urbanos e rurais e a IA tem se mostrado como alternativa para prevenção de erros médicos e aumento do nível de eficiência da atividade clínica (GUO e LI, 2018). Numa revisão sistemática a respeito das barreiras ao uso de tecnologias móveis em países em desenvolvimento, Kruse (2019) verifica haver um impacto negativo na melhoria da qualidade dos serviços de saúde e que a superação deste obstáculo pode ser obtida por meio de parcerias entre governos locais e Organizações Não-Governamentais (ONGs) objetivando fomento, liderança e infraestrutura. 2. Resultados alcançados Foram identificados 47 trabalhos, sendo o primeiro deles publicado em 1999. A discussão é recente e a literatura teve uma média de 0,35 trabalhos/ano até 2015. Houve um incremento súbito no volume de publicações em 2020, coincidindo com a pandemia de COVID-19. O autor com maior número de publicações foi Wong T. Y., que contribuiu com duas publicações. Dentre os países que mais publicam sobre o tema, destaca-se Singapura, que embora um país com importantes desafios sociopolíticos e educacionais desponta como sítio privilegiado de pesquisas sobre o tema fora das grandes potências de investigação médicas. Apesar da importante identificação dos autores com Singapura, os documentos habitualmente estão filiados a outros países, tendo destaque os Estados Unidos com 18 trabalhos, seguidos do Reino Unido com 8 trabalhos e Itália com 5 trabalhos. O Brasil tem 3 trabalhos e compartilha a quinta posição com Austrália, Índia, África do Sul e Suíça. Dentre os documentos, 40,4% são do tipo artigo, 21,3% são do tipo revisão e 12% são notas, com todas as demais modalidades contribuindo com menos de 10% dos trabalhos identificados pela pesquisa. No total 65% são documentos da área médica e 11,4% da área de profissionais de saúde. Apenas 7,1% são do tema engenharia e 1,4 da ciência computacional. O National Institute of Health (NIH) é a agência de fomento que mais financia as pesquisas sobre este tema. Percebe-se importante participação da indústria farmacêutica, exemplificada pela presença da Alergan, Bayer e Boehringer Ingelheim. Conclusões A medicina tem dado seus primeiros passos na direção do armazenamento de suas informações em bancos de dados aptos a serem analisados por IA. Apesar disso, muito do conhecimento médico está disposto em formato de texto, sendo necessária a organização destes dados em estruturas passíveis de análise por sistemas computacionais. A aplicação de IA na medicina poderá ser uma ferramenta de valor inestimável, visto que médicos generalistas habilidosos no manejo de IA poderão oferecer aos seus pacientes um modelo de assistência que outrora foi privilégio apenas dos que vivem nos grandes centros de excelência médica e têm acesso às consultas com autoridades sobre os mais diversos temas clínicos. De forma alternativa ao desenvolvimento científico do passado, o desenvolvimento de dados médicos e sua integração aos sistemas de informática pode ser desenvolvido no Brasil sob forma de parceria com outras nações que já tenham expertise nesta seara. A educação médica deve inserir a informática e, especialmente a IA como tema relevante durante a formação e educação continuada. Este trabalho tem como limitação ter utilizado apenas um banco de dados e somente dois termos para estudar um tema dinâmico e vasto. Apesar disso propõe uma reflexão necessária sobre o assunto e pode ensejar que outras pesquisas sejam estimuladas sobre as diversas aplicações da IA de uma prestação mais equânime da assistência à saúde, especialmente importante entre os países em desenvolvimento. Referências bibliográficas 1. LOBO, L. C. Inteligência artificial, o futuro da medicina e a educação médica. Revista Brasileira de Educação Médica 42(3), Jul-Set 2018. https://doi.org/10.1590/1981-52712015v42n3RB20180115EDITORIAL1 2. Ian R Freckelton, QC, Internet Disruptions in the Doctor–Patient Relationship, Medical Law Review, Volume 28, Issue 3, Summer 2020, Pages 502–525, https://doi.org/10.1093/medlaw/fwaa008 3. WORLD HEALTH ORGANIZATION. Building the primary health care workforce of the 21st century. Technical Series on Primary Health Care. 2018. Disponível em https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/328072/WHO-HIS-SDS-2018.48-eng.pdf. Acesso em 14 out 2021. 4. Wahl B, Cossy-Gantner A, Germann S, Schwalbe NR. Artificial intelligence (AI) and global health: how can AI contribute to health in resource-poor settings? BMJ Glob Health. 2018 Aug 29;3(4):e000798. doi: 10.1136/bmjgh-2018-000798. PMID: 30233828; PMCID: PMC6135465. 5. Guo J, Li B. The Application of Medical Artificial Intelligence Technology in Rural Areas of Developing Countries. Health Equity. 2018 Aug 1;2(1):174-181. doi: 10.1089/heq.2018.0037. PMID: 30283865; PMCID: PMC6110188. 6. Kruse C, Betancourt J, Ortiz S, Valdes Luna SM, Bamrah IK, Segovia N. Barriers to the Use of Mobile Health in Improving Health Outcomes in Developing Countries: Systematic Review. J Med Internet Res. 2019 Oct 9;21(10):e13263. doi: 10.2196/13263. PMID: 31593543; PMCID: PMC6811771.
Título do Evento
10º CONINTER - CONGRESSO INTERNACIONAL INTERDISCIPLINAR EM SOCIAIS E HUMANIDADES
Título dos Anais do Evento
Anais do 10º CONINTER - CONGRESSO INTERNACIONAL INTERDISCIPLINAR EM SOCIAIS E HUMANIDADES
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

ALVARENGA, Nathália Gomes de et al.. PAPEL DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA DEMOCRATIZAÇÃO DO ACESSO À SAÚDE: UMA REVISÃO BIBLIOMÉTRICA.. In: Anais do 10º CONINTER - CONGRESSO INTERNACIONAL INTERDISCIPLINAR EM SOCIAIS E HUMANIDADES. Anais...Niterói(RJ) Programa de Pós-Graduação em, 2021. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/xc22021/431313-PAPEL-DA-INTELIGENCIA-ARTIFICIAL-NA-DEMOCRATIZACAO-DO-ACESSO-A-SAUDE--UMA-REVISAO-BIBLIOMETRICA. Acesso em: 28/04/2025

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