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A Rede Latino-Americana de Estudos sobre Trabalho Docente (Rede Estrado) foi criada em 1999, por iniciativa do Grupo de Trabalho “Educação, Trabalho e Exclusão Social” do Conselho Latino-Americano de Ciências Sociais (Clacso), como um espaço de interlocução entre pesquisadores/as sobre o tema. Nos seus 23 anos de existência, a Rede Estrado foi se consolidando como importante produtora e difusora de conhecimento sobre o trabalho docente na região latino-americana, articulando pesquisadores/as vinculados a universidades e centros de pesquisa, aos sindicatos e a outros movimentos que atuam em favor da valorização da profissão docente. Atualmente, a Rede Estrado está estruturada em 12 países latino-americanos: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, México, Paraguai, Peru, Porto Rico e Uruguai.

Além de pesquisas e estudos comparados, a Rede Estrado realiza seminários internacionais e nacionais, debates sobre temas específicos, além de publicações de livros, dossiês em revistas e outros materiais (anais de seminários, relatórios de pesquisa, etc.). A cada dois anos, a rede promove seminários internacionais em diferentes países da América Latina, intercalados com seminários nacionais, sempre itinerantes, promovidos nos distintos países parceiros e em diferentes universidades.

Nos dias 15 e 16 de setembro de 2022 a Rede Estrado promoveu o XI Encontro da Rede Estrado Brasil com o tema “Mudar o Brasil e defender o trabalho e a educação: docentes em luta”. O evento aconteceu na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), na cidade do Recife/PE. O Encontro foi organizado em conjunto com as comemorações do Centenário de Paulo Freire, promovido pela Internacional da Educação para a América Latina (IEAL), que contou também com uma programação extensa nos dias 18 e 19 de setembro de 2022 (veja abaixo).

A escolha do tema para o XI Encontro expressa o compromisso da Rede Estrado com as mudanças cada vez mais necessárias na condução política da educação brasileira. Nos últimos anos, a educação no país vem sendo palco de medidas restritivas tanto de caráter orçamentário quanto no que se refere à liberdade de cátedra e à gestão democrática das instituições educativas. Essas medidas visam reduzir a concepção de educação como um bem coletivo e a escola como espaço público, atacando direitos historicamente conquistados. O XI Encontro da Rede Estrado Brasil constituiu-se em importante momento de debates sobre os desafios colocados para a organização do trabalho docente em face das transformações promovidas pela pandemia do Covid-19, assim como das políticas retrógradas em curso. O Encontro reafirmou a necessidade de resistir aos ataques conservadores e privatizantes que a educação tem sofrido e de continuar lutando por uma escola pública, laica, gratuita, democrática e emancipatória.

Neste ano contamos com três diferentes modalidades de submissão de trabalhos: comunicação, painel e artigo científico/ensaio teórico. Na última modalidade, os/as autores/as puderam optar por participar do concurso Inês Teixeira, que selecionou trabalhos escritos na forma de artigo científico ou ensaio teórico sobre o tema “Direito à educação e desafios para o trabalho docente na era digital e pós-pandêmica”. Essa premiação foi desenvolvida em parceria com a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), por meio do Edital 01/2022. O concurso consistiu na seleção de 6 (seis) trabalhos científicos como resultado de pesquisa ou relato de experiência. Os/as primeiros/as autores/as dos trabalhos selecionados receberam apoio (passagens e hospedagem) para participarem do XI Encontro da Rede Estrado Brasil e seus textos foram publicados na Revista Retratos da Escola (para acessar clique aqui).

A publicação dos Anais do XI Encontro da Rede Estrado Brasil confere a riqueza dos estudos desenvolvidos sobre o trabalho docente no contexto brasileiro, o que comprova a relevância do tema para quem tem como horizonte a conquista de uma educação pública, laica, gratuita e com qualidade socialmente referenciada. O compromisso da Rede Estrado Brasil é divulgar esses estudos e pesquisas a partir de dois objetivos principais: contribuir com a produção do conhecimento e com a transformação e melhoria das condições do trabalho de todos/as os/as docentes.

PROGRAMAÇÃO

15 DE AGOSTO DE 2022

8h00 – Credenciamento

9h00 – Ato Cultural

Mulheres do Maracatu

9h30 – Mesa de abertura

Coordenação: Dalila Andrade Oliveira (UFMG)

10h00 – Conferência de abertura

Mudar o Brasil, defender o trabalho e a educação: docentes em luta

Myriam Feldfeber (UBA, Argentina)

Heleno Araújo (CNTE)

Coord.: Eliza Bartolozzi (UFES)

12h00 – Almoço

13h30 – Apresentação de trabalhos

Mesas com trabalhos individuais e painéis

15h30 – Mesa-redonda

A profissão docente: 200 anos de história

Luciano Mendes de Faria (UFMG)

Fabiana Sena (UFPB)

Dalila Andrade Oliveira (UFMG)

Coordenação: Bruna Ferraz (UFRPE)

15h30 – Mesa-redonda

Gênero, cuidado e trabalho docente no contexto pandêmico e pós-pandêmico

Viviane Seaone (UNL, Argentina)

Lívia Fraga (UFMG)

Patrícia Simões (Fundaj)

Coordenação: Elizeu Clementino (UNEB)

15h30 – Mesa-redonda

Formação docente e a BNCC: disputas políticas e pedagógicas

Márcia Ângela Aguiar (UFPE)

Claudio Nunes (UESB)

Rita Porto (UFPB)

Coordenação: Tiago Jorge (UFMG)

17h45 – Cerimônia de premiação Inês Teixeira

Coordenação: Cibele Rodrigues (Rede Estrado) e Fátima Silva (CNTE)

19h00 – Lançamento de livros

16 DE AGOSTO DE 2022

9h00 – Apresentação de trabalhos

Mesas com trabalhos individuais e painéis

11h00 – Mesa-redonda

Os desafios para os sindicatos docentes no atual contexto

Miguel Duhalde (CTERA, Argentina)

Ivete Caetano (SINTEPE)

Fátima Silva (IEAL)

Coordenação: Guelda Andrade (CNTE)

11h00 – Mesa-redonda

A educação Superior frente à mercantilização e precarização nas universidades públicas

Alfredo Macedo Gomes (UFPE)

Yamille Socolovsky (CONADU, Argentina)

Juliana Souza (UFMG)

Coordenação: Ana Lucia Felix (UFPE)

11h00 – Mesa-redonda

Desafios para a docência: diversidades, desigualdades e as tecnologias

Mae Martinez (UNL, Argentina)

Ana Maria Clementino (UFMG)

Denise Botelho (UFRPE)

Coordenação: Jorge Hermida (UFPB)

13h00 – Almoço

15h00 – Mesa-redonda

A NGP e os professores: avaliação e performatividade

Luciana Marques (UFPE)

Iana Lima (UFRGS)

Rodrigo Pereira (UFBA)

Coordenação: Ricardo Boklis Golbspan (UFPel)

15h00– Mesa-redonda

Reforma do ensino médio: para onde vai o trabalho docente?

Eliza Bartolozzi (UFES)

Georgia Sobrera (UFAL)

Marília Cibele (SINTEPE)

Coordenação: Darcilene Gomes (Fundaj)

15h00 – Mesa-redonda

Novos cenários políticos na América Latina: direito à educação e valorização docente

Javier Campos (Universidad Austral, Chile)

Sofía Thisted (UBA, Argentina)

Cibele Rodrigues (Fundaj)

Coordenação: Séphora Freitas (Sinproja)

17h00 – Conferência de encerramento

Enfrentando o desafio da colonialidade nas promessas da modernidade

José Cossa (Penn State, USA)

Coordenação: Dalila Andrade Oliveira (UFMG)

18h30 – Assembleia