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XII Encontro Latino-americano de pesquisadores em cooperativismo

O futuro das cooperativas e o cooperativismo do futuro: identidade e resiliência em tempos de (pós)pandemia

Os Encontros bienais de Investigadores em Cooperativismo promovidos pela Rede Latino-Americana são o evento científico multidisciplinar mais significativo no campo da investigação sobre cooperativas. Desde a sua criação em 2000, estimularam a reflexão sobre os problemas do cooperativismo na região e promoveram a geração de um debate crítico sobre o trabalho cooperativo, estabelecendo laços de colaboração para a investigação e encorajando o reforço das relações entre as esferas cooperativa e acadêmica. A Rede articula-se ao Comitê de Investigação Cooperativa (CCR) da Aliança Cooperativa Internacional e procura integrar esforços de distintos investigadores e instituições, num espírito de colaboração, a fim de estimular e promover o conhecimento sobre estas questões. O evento já foi sediado na Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Equador e Paraguai. E, entre os dias 27 e 29 de julho do ano de 2022, aconteceu em Curitiba, no Brasil, de forma remota com extensão presencial, considerando todas as medidas de biossegurança. O XII EILAC foi aberto àquelas e àqueles interessados em estudar e fortalecer as cooperativas enquanto organizações socioeconômicas que promovem o desenvolvimento inclusivo e sustentável. Dentre este público, destacaram-se os pesquisadores, gestores de cooperativas, dirigentes, profissionais do sistema de aprendizagem e representação e elaboradores de políticas públicas.  Nessa oportunidade, pudemos nos deter em reflexões e análises acerca do futuro das cooperativas e o cooperativismo do futuro.

Para pautar tais reflexões, partimos da leitura de que a crise sanitária global decorrente da Covid-19 acentuou as desigualdades entre as sociedades, evidenciando a sua vulnerabilidade, mas também as suas conexões e interdependência. Criatividade, resiliência e formas de sociabilidade mais solidárias se impõem para a superação de uma crise de tamanha envergadura. Nesse processo, o fortalecimento de uma identidade cooperativa solidária, capaz de fortalecer as capacidades dos sujeitos e a sustentabilidade do meio ao qual as cooperativas estão imbricadas, pode impulsionar dinâmicas econômicas e sociais de grande alcance, atenuando os efeitos da crise. Tendo em vista que o cooperativismo na América Latina ganha expressividade como vetor de estímulo à ampliação da colaboração continental entre estudiosos e organizações, os questionamentos e as experiências trazidas pelos mais diversos especialistas – seja do mundo acadêmico, seja do movimento cooperativo – podem sinalizar novos caminhos para o fortalecimento do movimento cooperativo Latino Americano, na sua capacidade de superar crises e de responder às demandas da sociedade atual. 

Para potencializar o debate e a construção de conhecimentos sobre um tema de tamanha amplitude, organizamos o evento baseado em quatro eixos temáticos, materializados nos seguintes grupos de trabalho (GTs): Identidade e Educação Cooperativa; Governança e gestão em cooperativas; Cooperativismo como instrumento de desenvolvimento sustentável; e Inovações, transformações tecnológicas e o cooperativismo do futuro.

Nos distintos espaços científicos do XII EILAC, os questionamentos que atravessaram as discussões foram: qual cooperativismo está sendo delineado, com quais atores sociais as cooperativas estão se consolidando e para que elas estão estruturando?

Como esboços de respostas, nossos olhares se voltaram a um cooperativismo com maior diversidade racial, de gênero, geração; que mobilize a tecnologia como construto social e para uma maior sustentabilidade; que inove também na construção de coalizões nos territórios.

No âmbito dos GTs, algumas pistas para a agenda de pesquisa foram trazidas à tona, sobretudo, compondo os resumos expandidos apresentadas nesse documento. Dessa forma, a comissão organizadora do XII EILAC deseja a todas e todos uma ótima leitura desses trabalhos. Que eles possam inspirar a construção de conhecimentos e a práxis cooperativista!