Nos dias
4, 5 e 6 de dezembro de 2024 a Universidade Federal de Sergipe (UFS) convida a
todes para o III ConQueer - Conferência Internacional de
Estudos Queer. Nesta edição, os diálogos, trocas, afetos e vivências se voltam
para o tema “Estudos trans e Cuir: intersecções e diálogos transnacionais”.
Para além disso, as pesquisas, performances e experiências realizadas no
Nordeste e outras regiões do Brasil, ganham centralidade; as perspectivas
cuir-sapatonas-bichas-pretes-trans-indígenas tecem ponte com outros países
mundo afora na tarefa de criAção de mudanças
paradigmáticas nos estudos de gênero, na tarefa de trans-ver-perceber o mundo.
A
pergunta mobilizadora deste encontro poderia ser: Como viver na
radicalidade do impossível? Sobreviver e produzir desde nossos territórios
quebrados, feridos, marcados? Na quebra, juntas, poderia nos dizer Jota
Mombaça. Essa ideia nos inspira a pensar nas potencialidades radicais de reelaboração
dos modos de ser vulnerável em grupo (MOMBAÇA, 2021) – mas se acalmem,
não há coesão romântica ontoepistemológica nenhuma nesse pensamento. Temos de
lidar, ainda, com as feridas abertas, com os estilhaços, os medos, os assombros
e compreender as potencialidades de nossas próprias monstruosidades.
Inconstâncias. Insuficiências. Fracassos (HALBERSTAM, 2020). Resistência com
alegria (COLLING, 2022). Qual o melhor caminho? Não há. Talvez devamos tocar
as quebras umas das outras (MOMBAÇA, 2021, p. 26), politizar as
vulvas-feridas-abertas-das-américas-latinas. InsubMissas do sétimo
dia (Linn da Quebrada), colocamos nossas corpas sem juízo (Jup
do Bairro) à espreita; atentes, questionamos a enunciação universal produtora
de tanta outridade, seguimos em busca de outras configurações
das relações entre poder, saber e vida. Monstras remodeladas na lama do
próprio quintal, desde as encruzilhadas do Sul Global, de ponta cabeça,
convidamos a todes para essa dança em chão nordestino. Nesta edição do
ConQueer, apostamos em práticas experimentais capazes de elaborar e
reduzir a dor epistêmica (PRECIADO, 2023, p. 22), acreditamos que as
artes, os ativismos, as filosofias, os afetos políticos, possuem essa
capacidade.
Esperamos
por vocês!
*Corpas
juntas na quebra deste texto-convite:
Jota Mombaça (Não vão nos matar agora, 2021); Jack Halberstam (A arte queer do
fracasso, 2020); Linn da Quebrada (Submissa do 7º dia); Jup do Bairro (Corpo
sem juízo); Paul B. Preciado (Dysphoria Mundi, 2023); Leandro Colling (Arte da
Resistência, 2022).