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Apresentação
A incidência de câncer de pele não melanoma no Brasil e no mundo tem
altos índices e cresce continuamente. Detectadas suspeitas de alteração na
pele, o médico normalmente acompanha a evolução da lesão com relação à
assimetria, bordas, coloração e diâmetro. Comprovado que se trata de lesão
maligna, a opção que a medicina indica de forma mais frequente é a cirurgia. Dependendo
da localização e extensão, também pode ser necessária cirurgia plástica para reconstrução
e reparo. Em certos casos, pode-se recomendar ainda a quimioterapia ou mesmo a radioterapia.
Soluções, portanto, existem, mas elas precisam de infraestrutura apropriada e
médicos especializados alocados de forma distribuída pelo país para suprir a
tão alta demanda. Como nem sempre todos estes fatores estão simultaneamente reunidos
o suficiente nas diversas posições geográficas do país, o câncer de pele acaba
por não receber a atenção adequada e se transforma em um problema de saúde pública
de alta relevância.
Soluções adequadas para os problemas de saúde devem estar
intrinsicamente conectadas com a realidade econômica. Na prática, dado o alto
índice de lesões e a logística para o tratamento pelo sistema público de saúde,
o tempo que leva entre o diagnóstico e o tratamento de fato faz com que ocorram
acúmulo e agravamento dos casos. O mesmo ocorre para o tratamento de queratoses
actínicas, lesões pré-malignas que afetam um número extremamente elevado de
pessoas e que podem evoluir para lesões graves de câncer de pele. O problema é
que as queratoses actínicas, em geral, acometem áreas relativamente grandes de
forma disseminada, dificultando sua remoção cirúrgica. Tratamentos tópicos
podem ser adotados, mas então novamente recaímos no problema de custo e eficiência
que dependem ainda da administração pelo próprio paciente.
Ao apresentar todos estes aspectos relevantes ao tratamento do câncer de
pele, o que se quer mostrar é que é imperativo que as opções de tratamento sejam
ampliadas. Apenas adotando novas abordagens será possível superar as barreiras
que se apresentam para vencer o desafio do câncer de pele frente à realidade
brasileira. Neste contexto, a terapia fotodinâmica (TFD) já é uma técnica bem
estabelecida em todo o mundo, e apresenta muitas vantagens para o tratamento do
câncer de pele não melanoma e também para as queratoses actínicas, mesmo
aquelas que acometem grandes áreas. A simplicidade da técnica, aliada à facilidade
em treinar profissionais e realizar procedimentos em ambulatórios, tornam a TFD
uma excelente opção terapêutica. Outros países, entre eles França, Alemanha,
Estados Unidos, China e Japão, vêm produzindo um grande número de avanços nesta
técnica. Poucos, no entanto, têm superado os desenvolvimentos e avanços feitos
no Brasil, particularmente em decorrência do projeto TFD Brasil. Este projeto é
resultado de um esforço para melhorar a eficiência da técnica e tornar
dispositivos de irradiação e fármacos acessíveis, e foi inicialmente financiado
pelo BNDES e pela Finep, e, posteriormente, pela FAPESP e o CNPq. Como consequência deste esforço, a TFD vem se
tornando uma realidade no Brasil, e as inovações introduzidas permitiram
atingir excelentes margens de eficiência. Somos o único país fora da Europa e da
América do Norte a produzir os equipamentos e fármacos vinculados a um programa
com a participação de inúmeros centros espalhados pelo país. Com a evolução do
nosso protocolo, as duas sessões tradicionais de irradiação espaçadas de uma
semana passaram a ser aplicadas em um único dia, e como resultado foi possível
atingir cerca de 95% de eliminação de lesões. As inovações em TFD não param por
aí: estamos caminhando para ampliar ainda mais a eficiência com o uso de
microagulhas dissolvíveis e com iniciativas para diminuir o tempo de incubação
e a dor do paciente durante o tratamento.
Espalhados pelo Brasil, tivemos cerca de 70 centros parceiros ao nosso
projeto, o que o coloca como um dos maiores estudos clínicos multicêntricos
para câncer de pele em todo o mundo. Atualmente, contamos com a participação de
novos parceiros internacionais, incluindo o apoio da organização americana Global Health e o suporte da agência de
pesquisas médicas americana, o National
Institutes for Health (NIH), para os novos desafios. Consideramos que agora
é a hora e o Brasil o local para incorporar a TFD na medicina social, dadas as
suas inúmeras vantagens.
Neste segundo volume do livro “Terapia fotodinâmica dermatológica: Programa TFD Brasil” fazemos um apanhado geral de todo o progresso do programa TFD Brasil, descrevendo seus desdobramentos, os quais trazem resultados positivos de grande monta e elevada relevância. Reunimos aqui os avanços gerais e os resultados de parceiros clínicos, e procuramos demonstrar quão preparados já estamos para que a TFD seja uma opção sempre presente nos serviços de saúde no Brasil.
Aos numerosos parceiros deste programa, nossos sinceros agradecimentos, pois estes avanços não seriam possíveis sem sua participação e motivação. Em especial, nossos agradecimentos às empresas que produziram os equipamentos e fármacos, ao Hospital Amaral Carvalho em Jaú-SP, e ao Instituto Nacional do Câncer (INCA) no Rio de Janeiro-RJ, grandes parceiros e legitimadores deste projeto.
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Responsável
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