SIMPÓSIOS TEMÁTICOS DO I SEMINÁRIO NACIONAL DE HISTÓRIA E LINGUAGENS: PESQUISAS EM QUADRINHOS E CINEMA
SIMPÓSIO TEMÁTICO 1 – A QUESTÃO MIGRATÓRIA NOS QUADRINHOS E NO
CINEMA
COORDENADOR: Guilherme
Freire Marques
A questão migratória tem sido um desafio global, principalmente
num contexto de
crise econômica, de acirramento de conflitos armados e da ascensão de governos
de extrema-direita. Bauman (2005), escrevendo pouco
depois dos atentados de 11 de setembro, demonstra o papel da imprensa em
relacionar pessoas em busca de asilo com terroristas, apontando que tanto as
pessoas em busca de asilo quanto os migrantes econômicos são vistos como um
perigo para a segurança, alvo de raiva e ressentimento e são vistos como um
“refugo humano”, o refugo da globalização. 23 anos depois, nos parece que pouco
mudou em relação a percepção sobre os imigrantes. Contrera; Mariano e Menezes
(2022) mostram que Donald Trump mobilizou em sua campanha eleitoral um discurso
tanto anti-muçulmano quanto contra latino-americanos, em especial os mexicanos,
acusando esses grupos de terrorismo, extremismo, tráfico de drogas, estupros e
atribuindo a culpa a esses segmentos pelo aumento dos índices de criminalidade
e violência, bem como uma piora em termos de trabalho e salários, já que,
segundo sua retórica, estes roubariam empregos da classe trabalhadora
estadunidense. Kellner (2001) nos fala de uma cultura de mídia que mobiliza a
audição e visão, dominando o tempo de lazer e contribui para moldar não só as
opiniões políticas, mas comportamentos sociais, contribuindo para a formação
das identidades. Organizada em escala industrial, é uma produção de massa e
feita para a massa, onde seus produtos se constituem como mercadorias. Os
quadrinhos e o cinema são parte dessa cultura de mídia, que também se constitui
como um terreno de disputas. Dessa forma, buscamos trabalhos que tratem de
histórias em quadrinhos ou de cinema relacionados com a questão migratória e
seus desafios.
Referências Bibliográficas:
. CONTRERA, Fábio.; MARIANO, Karina.L.P; MENEZES, Roberto.G. Retórica da
ameaça e securitização: a política migratória dos Estados Unidos na
administração Trump. Revista Brasileira de Ciências Sociais. Vol.37, n. 108,
2022
. BAUMAN, Zygmunt. Vidas
desperdiçadas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 2005.
. KELLNER, Douglas. A
cultura da mídia. São Paulo: EDUSC, 2001. E-book.
SIMPÓSIO TEMÁTICO 2 –
REPRESENTAÇÕES DE GÊNERO NOS QUADRINHOS E NO CINEMA
COORDENADORES:
Rodrigo
Aparecido de Araújo Pedroso e Lucas Silva de Oliveira
O presente Simpósio Temático tem como objetivo abrir espaço para
discutir pesquisas que tratam sobre representações de gênero em histórias em
quadrinhos e no cinema. Tal proposta se justifica pela necessidade de investigar
como os papéis sociais de gênero atribuídos para homens e mulheres, bem como
sua distinção tida como “natural”, são divulgados e reforçados por esses meios
de comunicação populares. A ideia central é pensar como estereótipos e padrões
de comportamento sexual são historicamente construídos nessas mídias e como
estes são consumidos e ressignificados pela sociedade que os produziu. Como
destaca diversos autores, entre eles a historiadora Joana Maria Pedro, a
categoria de gênero na história deve ser analisada de forma relacional, homem e
mulher, e entendida como algo que não é fixo. Já que passa por reconfigurações
constantes, o que é ser homem e mulher no século XXI, evidentemente, não é o
mesmo que no século XIX ou em outros períodos. Por isso, é de grande relevância
pensar como meios de comunicação aqui estabelecidos têm contribuído para a
construção de imagens e modelos distintos do que é ser homem e mulher. Vale
destacar que a separação que fazemos aqui entre homem e mulher não tem uma
relação estrita com a visão biológica, mas sim como estes adquirem significado
e performam socialmente seus papéis. Assim, pesquisas que analisam
representações que vão para além da distinção sexual biológica também serão
bem-vindas.
Referências Bibliográficas:
. BAKER, Brian. Masculinity in fiction and film: representing men in
popular culture genres 1945-2000. London/New York: Continuum, 2006.
.
CARDOSO, Ciro Flamarion, MALERBA, Jurandir. (org.) Representações:
contribuições para um debate transdisciplinar. São Paulo: Papirus, 2000.
.
PEDRO, Joana Maria. Traduzindo o debate: o uso da categoria gênero na pesquisa
histórica. In: História, v.24, n.1, 2005, p.77-98. Disponível
em:<https://www.scielo.br/j/his/a/fhHv5BQ6tvXs9X4P3fR4rtr/abstract/?lang=pt#ModalArticles>
Acesso em: 1 jun. 2024.
SIMPÓSIO TEMÁTICO 3 –
REPRESENTAÇÕES DO TRAUMA NO CINEMA E NAS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS
COORDENADORES: Victor
Callari e Rodrigo Polatto
Eric Hobsbawm caracterizou as primeiras décadas do século XX como
um “Era das Catástrofes”, que se estendeu do início da Primeira Grande Guerra
até o final da Segunda Guerra Mundial. As memórias e representações desses dois
grandes eventos constituem pilares fundamentais da formatação política e
econômica dos anos subsequentes, assim como das disputas sociais que
contribuíram, a partir da década de 1980, para a consolidação do fenômeno do
Trauma após o reconhecimento do Transtorno de Stress Pós-Traumático pelo
Diagnostic and Statistical Manula of Mental Disorders.
Nesse sentido, esse ST busca por pesquisas que investiguem as
representações de eventos traumáticos ocorrido durante todo o século XX, mas
também nos primeiros anos do século XXI, como as duas guerras mundiais, a
guerra do Vietnã, os conflitos no continente africano e no Oriente Médio, as
ditaduras na América Latina, além de desastres e catástrofes naturais, como o
furacão Katrina, o desastre de Brumadinho, entre outros não listados
anteriormente. Procuramos, também, por pesquisas que reflitam sobre os limites
éticos das representações do Trauma, e sobre o papel que linguagens como o
Cinema e as Histórias em Quadrinhos podem desempenhar no testemunho desses
eventos e como possibilidade de dar voz às vítimas.
Referências
Bibliográficas:
. HOBSBAWM,
Eric. Era dos Extremos: o breve século XX (1914-1991). São Paulo: Companhia das
Letras, 1995.
. LaCAPRA,
Dominick. Writing History, Writing Trauma. Baltimore: The John Hopkins
University Press, 2001.
. SELIGMAN-SILVA,
Márcio. “História como Trauma”. In: SELIGMAN-SILVA, Márcio. Catástrofe e representação. São Paulo; Escuta, 2000.
SIMPÓSIO TEMÁTICO 4 – ENSINO DE HISTÓRIA, CULTURA HISTÓRICA E
DIFERENTES LINGUAGENS
COORDENADORAS: Janaina
de Paula do Espírito Santo e Bruna Alves Lopes
Desde o final do século XX autores como Manuel Castells alertaram
sobre o modo como os avanços tecnológicos, em especial aqueles vinculados às
tecnologias da informação impulsionavam mudanças significativas nas
organizações e relações sociais. Na mesma linha argumentativa, embora
observando os efeitos do que outrora era apenas uma projeção. Han (2018)
observa que elementos como espetáculo, escândalo, ausência de distinção entre
esfera pública e privada são características de uma sociedade cada vez mais
imersa no digital e que, ao mesmo tempo, pouco ou nada reflete sobre seu
consumo e efeito. Assim, se em contextos de crise somos impelidos a
respondermos qual a finalidade do conhecimento histórico (Bloch, 2021) também é
verdade que, ao lado de tal indagação, somos estimulados a reforçarmos o papel
central do Ensino de História escolar e não escolar enquanto possibilidade para
construção e efetivação da cidadania plena e instrumental para a formação de
cidadãos críticos, reflexivos e comprometidos com direitos humanos e com
valores democráticos sem ignorar o papel ativo dos estudantes na construção de
seus conhecimentos e que estes são construídos a partir das vivências dentro e
fora da sala de aula. A pluralidade nas formas de aprender exigem uma postura
aberta e criativa do professor no sentido de incorporar nas práticas educativas
diversas linguagens, saberes e materiais afim de colaborar na leitura e
ampliação da leitura de mundo dos estudantes. Partindo do princípio de que o
olhar e as escolhas do professor e do pesquisador, seu entendimento e leitura
de mundo são parte constituinte do próprio entendimento e reflexões acerca da
função social da História e suas relações com a vida humana prática, reforçamos
a necessidade de olhar academicamente a dialética inerente à cultura histórica
na constituição de sentidos. Citando Jörn Rüsen: "Cultura histórica nada
mais é, de início, do que o campo da interpretação do mundo e
de si mesmo,
pelo ser humano,
no qual devem
efetivar se as operações de
constituição de sentido
da experiência do
tempo, determinantes da consciência
histórica humana. É
nesse campo que os
sujeitos agentes e
padecentes logram orientar-se
em meio as
mudanças temporais de si próprios e de seu mundo". (RÜSEN, 2007,
p.121) Tendo em vista tais questões, o presente ST tem como proposta reunir
trabalhos e relatos de experiência que promovam debates sobre a utilização de
novas linguagens no ensino de História, e da cultura histórica, ou seja,
pensando os espaços escolares e não escolares na construção de sentidos
históricos e identitários. Essa
aproximação pode se dar tanto do ponto de vista teórico e metodológico quanto
abarcando as possibilidades e desafios para o uso das diferentes linguagens
como um lugar de aprendizagem em história em múltiplos contextos e espaços
considerando a história enquanto elemento de constituição de sentidos.
Referências Bibliográficas:
. FREIRE,
P.; GUIMARÃES, S. Educar com a mídia: novos diálogos sobre educação. São Paulo:
Paz e Terra, 2011.
. Han,
B-C. Psicopolítica – o neoliberalismo e as novas técnicas de poder. Belo
Horizonte: ÂYINÉ, 2018
. RÜSEN,
J. Aprendizagem histórica: fundamentos e paradigmas. Curitiba: W.A.Editores,
2012
SIMPÓSIO TEMÁTICO 5 – EDITAR, TRADUZIR E CONSUMIR – MERCADO DE
QUADRINHOS E SEUS SEGMENTOS
COORDENADORES: Márcio
dos Santos Rodrigues e André Moreira de Oliveira
Esta proposta de ST busca reunir trabalhos que correlacionem,
dentro de abordagens históricas/historiográficas, a produção, tradução,
distribuição e consumo de histórias em quadrinhos (HQs). Nosso foco incide
sobre a investigação das diversas nuances deste mercado vasto e segmentado,
abrangendo os diferentes processos que envolvem a criação, adaptação,
comercialização e recepção dessa mídia. Longe de ser um espaço neutro, o
mercado de HQs expressa e reproduz dinâmicas culturais, sociais e econômicas
que influenciam tanto a produção quanto o consumo de obras. Partindo então
desta perspectiva crítica, serão bem-vindas comunicações que abordem temas como
as segmentações do mercado de quadrinhos no Brasil e em outras partes do mundo,
discutindo como diferentes mercados se estruturam em resposta a contextos
culturais e econômicos específicos. Além disso, serão aceitos exames históricos
focados nas trajetórias de escritores/escritoras, tradutores/tradutoras,
roteiristas, desenhistas, coloristas e demais profissionais da produção de HQs,
destacando como tensões e contribuições para a indústria. Enfoques baseados em
questões de gênero, sobretudo a representatividade e participação de mulheres,
pessoas LGBTQIAPN+ e outras minorias na produção e no conteúdo das HQs, serão
especialmente valorizados, assim como reflexões sobre tokenismo – isto é, a
inclusão superficial ou simbólica de personagens, artistas de grupos
minoritários e temas de diversidade sem um comprometimento político-ideológico
genuíno. Questões relacionadas à tradução também são do nosso interesse,
sobretudo aquelas que se debruçam sobre estratégias de tradução domesticante e
estrangeirizante, explorando inclusive polêmicas, deturpações tradutórias em
materiais de caráter histórico e como determinadas abordagens afetam a recepção
das obras em diferentes culturas. Análises críticas e contextualizadas de
práticas editoriais, políticas de mercado e o impacto das tecnologias digitais
na produção e distribuição de quadrinhos, além do papel de influenciadores na promoção
e popularização de HQs, também serão contempladas, assim como reflexões de
natureza histórica sobre os principais eventos do segmento de quadrinhos,
incluindo feiras, conferências, convenções e exposições. Também esperamos
propostas que enfatizem as dinâmicas financeiras através de estudos sobre as
formas de financiamento e modelos de negócio para artistas e editoras.
Espera-se que os trabalhos apresentados possam contribuir para uma compreensão
mais profunda das dinâmicas do mercado, promovendo um diálogo interdisciplinar
entre pesquisadores do campo dos estudos sobre quadrinhos.
Referências Bibliográficas:
. BRIENZA, Casey; JOHNSTON, Paddy.
Cultures of Comics Work. New York: Palgrave Macmillan, 2016.
. HANNA,
Kátia; SILVA-REIS, Dennys. A tradução de quadrinhos no Brasil: princípios,
práticas e perspectivas. Lexicos, 2020.
. RODRIGUES,
Márcio dos Santos. Edição e Tradução de Quadrinhos Africanos: Relato de uma
experiência. Cadernos de África Contemporânea, v. 5, n. 09, p. 98-135, 2022.
Disponível em: https://www.revistas.uneb.br/index.php/cac/article/view/16380
. WOO,
Benjamin. “Is There a Comic Book Industry?” Media Industries Journal, v. 5, n.
1, p. 27–46, 2018.
SIMPÓSIO TEMÁTICO 6 – QUADRINHOS E CINEMAS PERIFÉRICOS E
MARGINALIZANTES
COORDENADORES: Karoline Caetano Brito e Lucas Mello Neiva
Este Simpósio Temático tem como proposta discutir as múltiplas
relações desenvolvidas entre as histórias em quadrinhos, o cinema, as
periferias e os processos de marginalização social. Enquadram-se na proposta
trabalhos que tratem da relação entre quadrinhos, cinema e a agência das
periferias e de pessoas marginalizadas em diferentes âmbitos, contemplando a
potência de artistas, editores, leitores, pesquisadores, coletivos, eventos
etc. Visando o enriquecimento do debate por meio da multiplicidade de escalas e
enfoques, agregamos à proposta uma noção ampla de periferia, que compreende das
periferias urbanas e rurais brasileiras, das quebradas, quilombos e comunidades
indígenas, às dinâmicas centro-periferia estabelecidas em escala global. Também
interessam trabalhos que versem sobre a relação entre quadrinhos, cinema e os
diferentes processos de marginalização social, seja na construção dos espaços
centrais e periféricos, seja no desenvolvimento de sociabilidades que atuam na
marginalização, na constituição de imaginários e identidades diversos, como de
classe, raça, gênero e sexualidade, atuantes tanto na delimitação dos padrões
sociais idealizados da riqueza, branquitude, masculinidade, identidade
cisgênero, heterossexualidade etc., como no estabelecimento dos padrões
inferiorizantes (estereótipos de pobreza, raciais, sexuais e de gênero, por
exemplo). Dessa maneira, o Simpósio Temático tem como objetivo elaborar
reflexões e debates acerca das relações entre quadrinhos, cinema e algumas das
dinâmicas fundamentais da sociabilidade contemporânea.
Referências
Bibliográficas:
. ALMEIDA,
Silvio. Racismo estrutural. São Paulo: Pólen, 2019.
. BISPO,
Antonio. A terra dá, a terra quer. São Paulo: Ubu Editora, 2023
. CARNEVALLI,
Felipe; REGALDO, Fernanda; LOBATO, Paula; MARQUEZ, Renata; . CANÇADO,
Wellington (org.). Terra: antologia afro-indígena. São Paulo/ Belo Horizonte:
Ubu Editora/ PISEAGRAMA, 2023.
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MINICURSOS
MINICURSO 1
A PARATOPIA CRIATIVA DOS FANZINES, ZINES, ARTEZINES E AFINS
Proponente: Gazy Andraus
Filiação acadêmica: Pós-doutor pelo PPGACV da FAV-UFG (ex-Bolsista
PNPD-CAPES); Pesquisador e membro do Observatório de HQ (USP) e ASPAS -
Associação dos Pesquisadores em arte Sequencial; INTERESPE-
Email: yzagandraus@gmail.com
Ementa: (Minicurso teórico/prático).
Fanzines são publicações independentes, criativamente manufaturadas que
podem trazer em suas páginas textos, artigos, crônicas, poesias, ilustrações,
cartuns, histórias em quadrinhos (HQs), colagens etc., como uma arte
multicultural e interdisciplinar, bem como experimental e (auto) biográfica.
Os fanzines (e em seu fanzinato, suas correspondências como os zines,
artezines e biograficzines) já fazem parte do universo cultural plural das
sociedades, desde que foram criados como boletins de contos e troca de
informações via mimeógrafo nos EUA a partir de 1930. Despontaram ampliando seu
leque nas décadas seguintes, especialmente pelos temas da literatura da
ficção-científica e fantástica, e a partir das décadas de 1950, e especialmente
60 e 70, singraram pelo universo dos quadrinhos, do rock, do punk, e atualmente
se esparramam por todas as temáticas, desde as da literatura ficcional às do
cinema, da autobiografia, das artes, dos quadrinhos, das poesias e das questões
das minorias raciais e dos dilemas sociológicos e filosóficos, da educação etc.
Um fanzine é, então, uma revista manufaturada, paratópica até (pois está
em paralelo à literatura publicada oficialmente) no espírito do DIY (Do it
yourself, ou seja, do faça você mesmo)! Graças ao seu baixo custo, por ser
geralmente rodado em fotocopiadoras e divulgado através dos correios, ou,
atualmente, na web, o fanzine pode ser uma excelente maneira criativa e
artística do autor amador construir e elaborar suas ideias na forma de uma revista,
a mais inventiva possível, tanto no seu formato, como na sua diagramação e
temática, usando desenhos, textos e colagens.
Os fanzines em geral são de formatos os mais diversos, indo desde
minizines, passando pelo tamanho A-5 (meia folha de sulfite) aos de tamanho
A-4, sanfonados, formatos tabloides (jornaizines) etc. Seus temas
interdisciplinares variam, como cinema, música, poesia, literatura em geral,
e/ou história em quadrinhos, além de outros tais como a liberdade na crítica
politizada, a anárquica, a autobiografia (biograficzines , em que o zineiro
narra com textos e imagens aspectos seus biográficos) etc.
Também existem feiras, exposições e fanzinotecas especialmente dedicados
aos fanzines!
Os zines, assim, são essenciais fontes plurívocas, multiculturais e
interdisciplinares de informação imagética que podem ser utilizados como
ampliação de conhecimento e impulso à criatividade a todas as fases etárias
(infantil/infanto-juvenil e adulta), tanto no ensino básico, com na graduação e
até pós-graduação.
Assim, neste minicurso teórico-prático de reconhecimento dos Fanzines e afins, seus conceitos e histórico, bem como seu universo autoral artístico interdisciplinar e paratópico, os participantes irão apreender histórico e conceitos da linguagem dos Fanzines e afins, seus temas variados, tendo a possibilidade de aprimorarem sua inteligência sistêmica ao ampliar seu conhecimento em tais linguagens artísticas, tanto no conceitual teórico, como na possibilidade da elaboração prática.
. Carga Horária: 4 horas.
. Horário: Quinta-feira, dia 12/09, das 08:00 às 10:00 e sexta-feira, dia 13/09, de 08:00 às 10:00.
. BIBLIOGRAFIA:
ANDRAUS, Gazy. “ZINES e
ARTEZINES: A ARTE DAS PUBLICAÇÕES PARATÓPICAS”, nos Anais do 28º Encontro Nacional da Associação Nacional de Pesquisadores
em Artes – ANPAP com o tema “Origens”. Goiânia: Associação Nacional de
Pesquisadores em Artes Plásticas (ANPAP),
2019. ISSN: 2175-8212. Comitê CPA
(Poéticas Artísticas) p.2305-2322. Link direto: Disponível em:
<http://anpap.org.br/anais/2019/PDF/ARTIGO/28encontro_____ANDRAUS_Gazy_2305-2322.pdf>
ANDRAUS, Gazy. Os Fanzines nas
fronteiras da arte (ou: a paratopia criativo-interdisciplinar pluripotencial
dos zines). Relatório final de
pós-doutorado para o PPGACV da FAV-UFG. Fevereiro de 2024.
Disponível em: https://drive.google.com/file/d/1al-hNYTvLm_6usaWssZ4jIfDsXvjy-
rL/view?usp=drive_link
ANDRAUS, Gazy e MAGALHÂES,
Henrique. Fanzines, artezines e biograficzines – publicações mutantes (orgs.). Série Desenrêdos, nº14. e-book. Goiânia:
FAV-UFG, 2021. Disponível em: <https://culturavisual.fav.ufg.br/p/6214-colecao-desenredos>,
Direto: <https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/459/o/Desenredos_14.pdf>
e/ou: < https://marcadefantasia.com/parceiros/fanzines-publicacoesmutantes/fanzines-
publicacoesmutantes.htm> ou Direto: <http://bit.ly/fanzines-publicacoesmutantes>
THOMAS, Susan E. Value and Validity of Art Zines as an Art
Form. Art Documentation – Journal of the Art Libraries Society of North
America. Volume 28, Number 2 | Fall 2009. https://www.journals.uchicago.edu/doi/10.1086/adx.28.2.27949520
e http://www.journals.uchicago.edu/doi/pdfplus/10.1086/adx.28.2.27949520
(link direto)
WRIGHT, Fred. História e características dos zines – parte
1 (01/04/2010) e 2 (07/04/2010) (trad. Douglas Utescher). In: UGRAPRESS.
07/04/2010.
Disponíveis em:
https://ugrapress.wordpress.com/2010/04/01/historia-doszenes/#:~:text=Como%20os%20zines%2C%20os%20primeiros,e%20interesse%20de%20seus%20edit
ores e
https://ugrapress.wordpress.com/2010/04/07/caracteristicas-dos-zines/
MINICURSO 2
O CINEMA COMO CAMPO DE PESQUISAS EM HISTÓRIA: CONCEITOS-IMAGENS COMO POSSIBILIDADES DE PENSAMENTO HISTÓRICO
Proponente: Geovano Moreira Chaves
Filiação acadêmica: Pós-doutor em História, Região e Identidades pela UFGD. Doutor em História e Culturas Políticas pela UFMG. Graduação em Filosofia em andamento pela UFSJ. Pesquisador do Grupo de Estudos História e Linguagens: Pesquisas em Quadrinhos e Cinema. Integrante da ASPAS. Docente do IFSULDEMINAS, campus Inconfidentes.
Email: geovano.chaves@ifsuldeminas.edu.br
Ementa:
Os objetivos deste minicurso são os de destacar algumas relações que se
constituíram entre o cinema e a história no que se referem à problematização da
noção de fonte e também as possibilidades de ampliação da noção de cinema como
objeto de reflexão no âmbito das ciências humanas e afins.
Para tanto, ressaltamos que, durante a segunda metade do século XX, o
cinema passou a ser considerado, no meio acadêmico, como uma importante fonte
para pesquisas historiográficas. Entretanto, no início do século XXI, o próprio
cinema, antes visto no interior da historiografia como disperso entretenimento ou
mera fonte de pesquisas históricas, se constituiu como um produto que, por meio
de suas multiplicidades narrativas e novos argumentos teóricos, problematizou a
legitimidade a narrativa escrita da história, criando em si mesmo narrativas
históricas com bases em rigorosas pesquisas acadêmicas que também foram narradas
por meio de filmes. Sendo assim, este minicurso parte dos seguintes
questionamentos: Terá o cinema, fonte da história, tornado a história também
sua fonte e assim causado tensão a propriedade escrita da narrativa histórica?
A narração fílmica da história tem uma legitimidade acadêmica menor? Por quê?
Neste sentido, ressaltamos que o cinema não será entendido em nossa
abordagem unicamente como o específico fílmico, e sim como uma atividade mais
geral que envolve vários processos. O filme se constitui como uma parte do que
definimos como cinema.
Em um segundo momento, a análise dos
filmes como fontes de pesquisas historiográficas será ampliada para o estudo do
cinema de forma mais geral, relacionado às questões referentes à modernidade, a
política e a moral.
Abordaremos, neste minicurso, a ideia de que o cinema, de forma mais geral, pode ser utilizado como elemento de pesquisas historiográficas não apenas em seu aspecto fílmico, mas além deste, em características que envolvem, numa perspectiva interdisciplinar, o advento do cinema como arte, as relações do cinema com o Estado, com a Igreja Católica e com a censura, o surgimento da cinefilia, do star-system, dos cineclubes, das revistas de cinema e da crítica cinematográfica.
. Carga Horária: 4 horas.
. Horário: Sexta-feira, dia 13/09, de 08:00 às 11:00. (1 hora extra dedicada a filmes que serão compartilhados para assistirem após o minicurso).
. BIBLIOGRAFIA:
FILME E HISTÓRIA
. FERRO, Marc. Cinema e História. Trad. de Flávia
Nascimento. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.
. NÓVOA, Jorge; FRESSATO, Soleni
Biscouto; FEIGELSON, Kristian (orgs.) Cinematógrafo:
um olhar sobre a história. Salvador: EDUFBA; São Paulo: Editora da UNESP,
2009.
. ROSENSTONE, Robert A. A história
nos filmes, os filmes na história. Trad. de Marcelo Lino. São Paulo: Paz e
Terra, 2010.
O CINEMA COMO CATEGORIA ARTÍSTICA DA MODERNIDADE
. AUMONT, Jacques. Moderno? Por que o cinema se tornou a mais
singular das artes. Trad. de Eloísa Araújo Ribeiro. Campinas: Ed. Papirus,
2008.
. CHARNEY, Leo; SCHWARTZ,
Vanessa. O cinema e a invenção da vida
moderna. São Paulo: Cosac & Naif, 2001.
. DIDI-HUBERMAN, Georges. O que vemos e o que nos olha. São Paulo:
Editora 34, 1998.
. XAVIER, Ismail. Sétima arte: um culto moderno. O idealismo estético e o cinema. São Paulo:
Editora Perspectiva, 1978.
CINEMA E POLÍTICA
. AUMONT, Jacques; BERGALA, Alain; MARIE,
Michel; VERNET, Marc. A estética do filme.
Trad. de Marina Appenzeller. Campinas: Papirus, 1995.
. FURHAMMAR, Leif; ISAKSSON, Folke. Cinema e Política. Trad. de Júlio Cezar
Montenegro. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1976.
. RANCIÈRE, Jacques. A partilha do sensível. São Paulo:
Editora 34, 2005.
CINEMA E MORAL
. CHAVES, Geovano Moreira. Para além do cinema: o cineclubismo de Belo
Horizonte (1947-1964). (Dissertação
de mestrado). Belo Horizonte: UFMG, 2010.
. CHAVES, Geovano Moreira. Sob o desígnio moral: O cinema além do filme
(1900-1964). (Tese de Doutorado).
Belo Horizonte, UFMG, 2018.
. LUDMANN, René. Cinema, fé e moral. Lisboa: Editora
Aster, 1959.
. NIETSZCHE, Friedrich Willhelm. A genealogia da moral. Trad. de Antônio
Carlos Braga. São Paulo: Editora Escala, 2009.
O CINEMA ALÉM DO FILME
. BAECQUE, Antoine de. Cinefilia. Invenção de um olhar, história de
uma cultura. São Paulo: Cosacnaify, 2010.
. RANCIÈRE, Jacques. O espectador emancipado. Trad. de Ivone
C. Benedetti. São Paulo, Martins Fontes, 2012.
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