III Colóquio Internacional sobre Sociedade Espaço e Política

III Colóquio Internacional sobre Sociedade Espaço e Política

presencial R. Passo da Pátria, 156 - Niterói - Rio de Janeiro - Brasil

Sobre o evento

O Laboratório Espaço e Política, da Universidade Federal de Pernambuco e a Rede Internacional de Pesquisa Voto, Território e Classe, em parceria com a Universidade Federal Fluminense e seu PPG em Arquitetura e Urbanismo (PPGAU/UFF) e com a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro,  promoverá o III Colóquio Internacional sobre Sociedade Espaço e Política, com o tema ‘O voto em tempos de cólera: o avanço da extrema direita no Brasil e na América Latina’ durante os dias 01 e 03 de outubro de 2025, na cidade de Niterói/Rio de Janeiro.

Em sua terceira edição, a organização do Colóquio procura trazer ao debate uma pergunta chave: como e por que a democracia, enquanto instrumento de soberania popular, por meio do sufrágio universal, tem referendado projetos ultraliberais e com ele a ascensão da extrema-direita em territórios onde predominam a pobreza e grandes desigualdades sociais?

Estamos em um quadro geopolítico desafiador. De um lado, temos a ascensão de governos ultraliberais comandando nações importantes como os Estados Unidos, com Donald Trump, Giorgia Meloni na Itália e Javier Milei, na Argentina. De outro, apresentam-se as resistências à lógica ultraliberal e governos progressistas têm se rearticulado na América Latina, com a vitória de Claudia Sheinbaum, no México e de Yamandú Orsi, no Uruguai.

No Brasil, um governo de coalisão se formou tendo o Presidente Lula à sua frente, em seu terceiro mandato, numa eleição ganha voto a voto. União e Reconstrução, o lema de sua gestão, tem enfrentado desafios de barrar a crescente extrema direita, cuja principal representação no Congresso Nacional se dá pelo Partido Liberal, dono da maior bancada. Com um plano de governo de caráter claramente progressista, a coalisão formada tem enfrentado dificuldade de aprovação de sua agenda e, para além da disputa política no legislativo, enfrenta também um grande volume de desinformação, disseminada de dentro e de fora do Congresso, como foi o caso do vídeo veiculado pelo deputado federal Nikolas Ferreira (PL – MG) desinformando sobre o PIX e que acabou fazendo com que o governo recuasse na sua tentativa de coibir sonegação fiscal.

O resultado do travamento de agenda, do aumento da taxa de juros em prol de uma disciplina fiscal e do discurso incessante da imprensa de que a inflação e a dívida pública são os grandes problemas da nação, tem levado a aprovação do Presidente Lula “a despencar” como gosta de alardear a grande mídia. E assuntos de importância basilar, como a suposta  tentativa de golpe de Estado que levou à apresentação de denúncia pela Procuradoria Geral da República, de Jair Bolsonaro, seu candidato a vice na chapa Braga Neto e mais 32 indiciados, entre militares e civis, parecem não atrair tanto os holofotes, em que pese que no bojo da denúncia haja a inclusão de planos de assassinato do atual presidente Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. Pela primeira vez na história da República um ex-presidente é tornado réu e será julgado pelos supostos crimes cometidos; no entanto, pesquisas de intenção de voto ainda consideram seu nome, apesar da inelegibilidade já posta pelo Tribunal Superior Eleitoral. 

Tendo em perspectiva o atual cenário político latino-americano e as eleições presidenciais no Brasil em 2026 e, cônscios de que para se ganhar uma eleição democrática, há que se conquistar o voto da população mais pobre, este III Colóquio convida pesquisadores e estudiosos do tema, a debatermos os desafios que temos à frente, no sentido de se compreender o avanço da extrema-direita e seu enfrentamento: que fatores têm contribuído na definição do voto da população mais pobre? Como trabalhar com territórios precarizados de sorte que sua população compreenda as diferenças existentes entre propostas liberais e propostas progressistas? Como trazer as políticas públicas para o cerne do debate político? Há o que se aprender com as experiências uruguaia e mexicana? Temos experiências positivas em território nacional?

Público-alvo: professores, estudantes, estudiosos, pesquisadores, profissionais e práticos da área de Planejamento Urbano e Regional, Geografia, Sociologia, História, Filosofia, Antropologia, Psicologia, Ciência Política, Comunicação, Direito, Economia e áreas afins.

Temáticas

Com o tema O voto em tempos de cólera: o avanço da extrema direita no Brasil e na América Latina, o III SOPAPO convida estudantes, pesquisadores e profissionais a apresentarem trabalhos na forma de resumos expandidos e pôsteres (modelo exclusivo para estudantes de graduação) para apresentação em sessões de comunicação nas seguintes temáticas:


A. Voto, território, classe e democracia

A compreensão das relações entre voto, território e classe são de suma importância para o desenho da geografia eleitoral. No Brasil, a estruturação do espaço nacional gerou divisões territoriais do trabalho que cindiu o país entre Norte e Sul, faixa litorânea e hinterlândia, trazendo cisões regionais e também dentro dos próprios estados (capitais x cidades interioranas).

De caráter desigual e excludente, a população mais carente tende a se espraiar pelas enormes periferias e áreas ambientalmente frágeis, por vezes inseridas em malhas urbanas mais bem estruturadas, cabendo aos estratos sociais mais privilegiados, em termos de capital econômico e cultural, ocuparem as melhores porções do território.

Via de regra, supõe-se que esses estratos mais privilegiados sejam alinhados ideologicamente com projetos liberais. Contudo, em termos nacionais, eles representam menos de 20% da população e portanto, sem nenhuma chance de vencer uma eleição majoritária. Por isso, nos interessa sobretudo compreender como vota os 80% da população restante. Que pautas a têm mobilizado?

Nesse sentido, essa temática contempla investigações que reflitam sobre a geografia eleitoral. Como tem votado a população em seus diferentes estratos de classe? O que ela busca com o seu voto? Como explicar o referendo pelo voto, da ascensão de uma ordem ultraliberal e concentradora de riquezas em detrimento do desenvolvimento geográfico desigual presente na maioria dos países latino-americanos?

Nesse eixo, são bem-vindos trabalhos que preferencialmente dialoguem com os seguintes tópicos:

          O avanço do conservadorismo e de uma agenda ultraliberal

         Os desafios da democracia representativa face à ascensão da extrema-direita

         Estado e políticas públicas em contextos ultraliberal e progressistas

         As relações entre voto, território e classe no Brasil e na América Latina

         O comportamento eleitoral e seu rebatimento no território

         Os desafios para politização da classe trabalhadora


B. Mais Estado ou menos Estado? A conquista do eleitorado por meio de (falsas) narrativas

Pós-verdade, fake news, cancelamento e disparos em massa, digital influencers: para além do espaço público, das manifestações de rua, as disputas também se dão no meio virtual. As narrativas que se tornam virais e alcançam milhões de visualizações num curto espaço de tempo, sejam elas verídicas ou não, têm demonstrado a sua força na condução do debate político e na anuência de boa parte do eleitorado em prol de uma agenda destituidora de direitos da classe trabalhadora.

Algumas questões se colocam prementes a esse eixo: a esfera pública tradicionalmente constituída pela mídia tradicional (jornal, rádio, TV) está perdendo força enquanto formadora de opinião? A internet tem assumido esse lugar? Que discursos fazem eco nos moradores de territórios empobrecidos de sorte que estes tendem a votar em planos de governo que são diametralmente contrário à melhoria de suas condições territoriais, sociais e econômicas?
São bem-vindos trabalhos que tratam:

         O papel da esfera pública na construção do consentimento

         A atuação das redes sociais e bolhas digitais na construção de discursos virais

         Mídia e desinformação

         Ciberespaço e extremismo político

         A regulamentação das redes sociais

         Colonialismo digital

         Resistência digital e estratégias contranarrativas

         A resistência nas redes e a politização da classe trabalhadora


C. Voto, religião e política

As eleições presidenciais de 2018 e 2022 foram marcadas por um forte discurso conservador, de cunho religioso, evocando a família como elemento central da narrativa. Paradoxalmente, o mesmo discurso que trazia Deus e família como pilares centrais, também defendia o porte de armas e se valia da linguagem corporal (os dedos indicador e polegar simulando uma arma de fogo) para sinalizar uma dos principais motes de campanha defendidos pelo então candidato Jair Bolsonaro.

Mais paradoxal ainda, foi observar os discursos e o uso do púlpito, sobretudo nas igrejas evangélicas, inclusive com orientações disponibilizadas nos canais digitais – como no caso da IURD, onde se buscava uma explicação bíblica que autorizasse o uso das armas de fogo, em contraponto ao “Não matarás”, constante do Evangelho.

Diante de tamanho paradoxo, algumas questões são levantadas: que papel a igreja, e de seus diferentes credos, têm desempenhado na condução política do país? Como explicar sua associação com políticas e discursos de cunho fascista? E com a defesa de golpes de Estado, como foi o caso da TFP (Tradição, Família e Propriedade), de matriz católica, apoiadora do golpe de 1964? Existe uma relação entre o avanço das igrejas neo e pentecostais com o avanço da ideologia neo e ultraliberal?

São bem-vindos o diálogo com os seguintes temas:

         Comunidades Eclesiais de Base e a organização dos territórios

         Igrejas evangélicas e a organização dos territórios

         Influencers cristãos e suas narrativas

         Religião e formação sociopolítica progressista

         Religião e formação sociopolítica liberal

Nessa edição contaremos com a modalidade PÔSTER dedicada a estudantes da graduação, que podem enviar trabalhos pertinentes a qualquer temática indicada anteriormente.

Programação do Evento

São atividades previstas para o III SOPAPO

  • Mesas Redondas
  • Sessões de Comunicações
  • Pôsteres
  • Roda de Debates
  • Oficinas urbanas (atividade pós evento)


MESAS REDONDAS

Dia 01 de outubro de 2025, das 9h00 às 12h00

O voto em tempos de cólera: o avanço da extrema direita no Brasil, na América Latina e na Europa

Maria Julia Gimenez – UFRRJ (lattes)

Matthew Richmond – Newcastle University (Newcastle University Staff Profile)

 

Dia 02 de outubro de 2025, das 9h00 às 12h00

Mais Estado ou menos Estado? A conquista do eleitorado por meio de (falsas) narrativas

João Feres Junior – UERJ (lattes)

Viktor Chagas – UFF (lattes)

 

Dia 03 de outubro de 2025, das 9h00 às 12h00

Voto, religião e política

Alexandre Brasil Fonseca (lattes)

Henrique Vieira – Deputado Federal pelo PSOL (Perfil Câmara dos Deputados)


SESSÕES DE COMUNICAÇÕES

Compreendem a apresentação de pesquisas a partir da submissão de resumos expandidos (vide template) por pesquisadores e estudantes de pós-graduação que tenham trabalhos relacionados com as temáticas. A seleção dos trabalhos será realizada por pares e às cegas (sistema duplo cego) por meio de uma comissão científica. A programação das sessões de comunicações ocorrerá após a divulgação do resultado dos trabalhos aceitos para apresentação oral.

  

PÔSTERES

Modalidade exclusiva para estudantes de graduação, sua apresentação deverá acontecer durante os dias 01, 02 e 03 de outubro. A seleção dos trabalhos ocorrerá a partir da submissão de resumos simples (acesse o template aqui) que será realizada por pares e às cegas (sistema duplo cego) por meio de uma comissão científica. A programação das sessões de pôsteres ocorrerá após a divulgação do resultado dos trabalhos aceitos para esta modalidade.

 

RODA DE DEBATES

Assim como na edição anterior, o III SOPAPO contempla espaço para lançamento de livros e conversa com os autores.

 Obs.: Caso você queira lançar seu livro no III SOPAPO, entre em contato conosco pelo e-mail: coloquiosopapo@gmail.com

 

OFICINA URBANA

Visita programada para o dia 04 de outubro, como atividade pós-evento.
Maiores detalhes em breve.


Convidados

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Submissões

Prazo para submissão: 15/04/2025 - 15/07/2025

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Atividades

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Comissão Organizadora

Prof. Dr. Luciano Muniz Abreu (UFRRJ/UFF – coordenação geral)

Profa. Dra. Cristina Araujo (UFPE – coordenação geral)

Profa. Dra. Helena d Agosto Miguel Fonseca (Cefet MG)

Prof. Dra. Helena Lúcia Zagury Tourinho (UNAMA)

Prof. Dr. Lutemberg Francisco de Andrade Santana (IFPE)

Prof. Dra. Sandra Catharinne Pantaleão Resende (UEG/PUC Goiás)

 

Doutorandas

Letícia Rocha de Santana (UFPE)

Raissa Gomes de Sales (UFPE)

Yasmmim Oliberia Gomez Bitencourt Heichard (UFF)

 

Mestrandos/as

Dyanna de Abreu Cardozo (UFF)

Ester Naiana (Unama)

Israel Adorno (PUC-GO)

Marco Aurelio Barbosa da Silva (UFRPE)

Thaís de Oliveira Gomes (UFF)

Local do Evento

                      

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