UFV - Viçosa - Minas Gerais - Brasil
O II Encontro Nacional da Rede de Pesquisas em Feminismos e Política será realizado nos dias 2, 3 e 4 de abril de 2019 em Viçosa (MG), na Universidade Federal de Viçosa.
As mesas redondas e grupos de trabalho serão organizados a partir dos seguintes eixos temáticos: 1) Feminismos Interseccionais; 2) Feminismos e Comunicação; 3) Feminismos, Instituições, Ativismo e Políticas Públicas; 4) Feminismos, Teorias e Epistemologias.
O I Encontro Nacional da Rede de Pesquisas em Feminismos e Política foi realizado entre os dias 26 e 28 de fevereiro de 2018, na Universidade de Brasília, tendo obtido financiamento da FAPDF. Foram realizadas quatro mesas-redondas a partir dos eixos mencionados acima, além de conferências de abertura e encerramento e da plenária de fundação da Rede. Produziu-se também uma articulação de pesquisadoras para o fortalecimento e a continuidade dos trabalhos a partir da realização do II Encontro Nacional da Rede de Feminismos e Política, em Viçosa, Minas Gerais, no ano de 2019.
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As propostas de minicursos e os resumos expandidos devem estar vinculados a um das Áreas Temáticas (AT) informadas a seguir. Requisitos de autoras/es: estar cursando pós-graduação. Número de trabalhos por a serem aprovados por AT: até 16.
1) Feminismos Interseccionais
Ementa: Esta área temática baseia-se na definição de interseccionalidade de Kimberlé Crenshaw (2002, p. 177), ao se pensar as diversas abordagens feministas, considerando “as consequências estruturais e dinâmicas da interação entre dois ou mais eixos da subordinação”. Dessa forma, a interseccionalidade pode contribuir para reflexões sobre temáticas afins aos estudos de gênero, como a divisão sexual do trabalho, o cuidado e a participação política, que demandam um entendimento mais amplo dos conceitos da Ciência Política, rompendo com pressupostos arraigados de neutralidade e igualdade cidadãs na construção do sujeito político, discussão cara às teorias políticas feministas, mas pode ir além, ao se perceber que muitas mulheres ainda estão distantes do ponto mínimo de direitos. Assim, as relações de poder se colocam bem mais imbricadas de opressões entre as próprias mulheres do que apenas entre gêneros. Além disso, ao se basear nos critérios da interseccionalidade, racismo, patriarcado, classismo e outros sistemas discriminatórios passam a ser considerados como variáveis incontornáveis (BIROLI; MIGUEL, 2015) que, juntas, alteram a estrutura opressiva, por meio de ações e políticas específicas, que constituem aspectos dinâmicos do desempoderamento. Nesse sentido, a interseccionalidade faz referência “à maneira pela qual o racismo, as relações patriarcais, a opressão de classe e outros eixos possíveis de poder e discriminação criam desigualdades”. Na perspectiva do empoderamento, as dinâmicas dos eixos de poder – raça, classe, gênero etc. – podem fazer com que se criem resistência e mobilizações políticas individuais e coletivas entre os membros dos grupos marginalizados (COSTA, 2013, p. 474).
Coordenadores: Dr. Cristiano Rodrigues (UFMG) e Drª Viviane Gonçalves Freitas (UFMG)
Debatedora: Drª Maria Lígia Elias (UnB)
2) Feminismos e Comunicação
Ementa: A proposta desta área temática busca aprofundar a discussão sobre a relação entre comunicação, mídias e feminismos. Sabe-se que os meios de comunicação são arenas centrais para ratificação cotidiana das desigualdades de gênero; bem como são fundamentais as práticas comunicativas de resistência desenvolvidas pelos movimentos feministas desde o surgimento da imprensa feminista. Desde a década de 1970, os chamados estudos feministas de mídia desenvolvem, em especial na Europa e nos Estados Unidos, reflexões sobre como é necessário compreender as dinâmicas de gênero dispostas tanto nos materiais midiáticos em si (jornalísticos, publicitários, entretenimento), a fim de avaliar a presença e os papéis desempenhados pelas mulheres; quanto no contexto organizacional e de produção, sobre a posição das mulheres nos postos de trabalho da indústria midiática e as experiências de assédio e marginalização dentro de redações e agências de comunicação. Essas discussões, contudo, não estão postas de forma muito sistemática no Brasil, seguindo pouco estudadas quanto às relações entre reivindicações feministas e processos comunicativos. Neste eixo, buscamos acolher trabalhos que versem sobre diferentes faces dessa intersecção, tais como a) cobertura jornalística sobre reivindicações feministas (ex: representação política, aborto, trabalho, prostituição etc); b) cobertura jornalística sobre ações dos movimentos feministas (ex: marchas, protestos, campanhas); c) reflexões teóricas sobre os Estudos de Gênero no campo da Comunicação; d) estudos sobre a imprensa feminista em suas diferentes fases; e) iniciativas online de comunicação e resistência feministas; f) estudos e reflexões sobre a experiência de mulheres no contexto de produção da comunicação.
Coordenadoras: Drª Cynthia Mara Miranda (UFT) e Drª Rayza Sarmento (UFV)
Debatedora: Drª Denise Mantovani (UnB)
3) Feminismos, Instituições, Ativismo e Políticas Públicas
Ementa: A histórica exclusão feminina dos espaços de poder e tomada de decisão sempre foi uma questão fundamental nas lutas pela garantia de direitos políticos das mulheres, como os direitos de votar e de se eleger, e foi abordada em diversas redes e conferências internacionais. Entretanto, sabe-se que a existência formal desses direitos não assegura às mulheres participação equitativa nos espaços de poder, o que leva a que sua ampla participação na política não-institucional conviva com sua escassa presença na política formal. Diante desse quadro, a noção de transversalidade, um dos princípios da Plataforma de Ação de Beijing de 1995, demanda que a perspectiva de gênero seja difundida em todas as áreas de políticas públicas, de forma a garantir a efetiva superação das desigualdades entre homens e mulheres. Especificamente com relação à participação das mulheres em espaços de poder e tomada de decisões, esse documento, importante marco no que se refere à justiça de gênero, define como objetivo estratégico a adoção de “medidas para garantir às mulheres igualdade de acesso às estruturas de poder e ao processo de decisão e sua participação em ambos” (VIOTTI, 2006, p. 216). Considerando a centralidade do debate sobre participação feminina para o desenvolvimento democrático, o objetivo deste eixo é reunir análises focadas na desigualdade de gênero e na transversalidade, no que se refere aos espaços de poder e decisão. Buscamos discutir a desigualdade de gênero na política sob variadas abordagens metodológicas e que contemplem tanto a dimensão representativa e formal da democracia, voltados aos estudos sobre eleições, partidos políticos e os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, como pesquisas voltadas a sua dimensão participativa, que têm como objeto movimentos sociais, conferências de políticas públicas, conselhos gestores e outros arranjos participativos. É nosso objetivo, também, desenvolver pesquisas que tenham como foco a análise de políticas públicas voltadas à superação de desigualdades e à garantia da transversalidade de gênero.
Coordenadoras: Drª Marina Brito (MDS) e Drª Daniela Rezende (UFV)
Debatedora: Drª Danusa Marques (UnB)
4) Feminismos, Teorias e Epistemologias
Ementa: Nessa área temática, buscamos estabelecer um diálogo entre as Teorias Feministas e a Ciência Política, observando suas convergências e tensionamentos. As epistemologias feministas, com suas proposições perspectivistas ou situadas e uma ressignificação da filosofia da práxis, têm contribuído para problematizar a prática científica, impactando a produção do conhecimento em diversas áreas, inclusive a Ciência Política. A abertura e expansão dos pontos de vista proporcionadas por suas metodologias, contudo, seguiu-se uma aparente limitação empírica (MOUFFE, 2015, p. 9): a dificuldade de constituir um conjunto entre eles. As respostas encontradas até agora têm caminhado no sentido de complexificar a teoria-ação e apontar para a possibilidade de encontros temporários entre os sujeitos e as diferentes lutas, cujos diferentes lugares de fala podem tanto construir pontes quanto impossibilitar alianças. Como, em um cenário de crise econômico-político-ecológica, pensar proposições de radicalização da democracia que considerem a permanente redefinição dos sujeitos e, ao mesmo tempo, reconheçam a existência de experiências de vida coletivas, atravessadas por relações de poder racistas, patriarcais, classistas e colonialistas? Inspiradas por esse questionamento, neste eixo trabalhamos com pesquisas empíricas acerca das práticas democráticas, assim como com abordagens teóricas, dedicadas a análises que contribuam para o debate contemporâneo.
Coordenadoras: Drª Maíra Kubík Mano (UFBA) e Dr. Breno Cypriano (UFMG)
Debatedora: Drª Clarisse Goulart Paradis (UNILAB)