O Ciclo de Debates RELI - "Residualidade na Literatura" trata-se de um projeto de extensão do Instituto Federal do Ceará (campus Umirim), que, em formato de grupo de estudos e coordenado pela Profa. Dra. Thais Loiola, em parceria com a Profa. Dra. Cássia Silva, ocorrerá quinzenalmente de forma on-line, e destinam-se a todas as pessoas interessadas no tema, de quaisquer lugares do mundo.
A Teoria da Residualidade parte do pressuposto de que “na cultura e na literatura, nada há de original; tudo é remanescência; logo, tudo é residual” (PONTES, 2020, p. 33). Assim, os textos literários vinculados a uma determinada estética literária ou produzidos em um dado período histórico não podem ser originais, pois carregam em si vestígios de tempos, espaços, culturas e literaturas outras, que lhe antecedem, pois os imaginários não morrem totalmente, isto é, os modos de pensar, sentir e agir de um grupo social num local e tempo específicos não desaparecem completamente, sendo possível encontrar elementos residuais em culturas posteriores. Nesse contexto, a literatura se revela como um artefato cultural, artístico, social e histórico, que precisa sempre ser re-lida, de maneira que apenas numa análise interdisciplinar é possível compreender o sentido mais amplo de uma obra literária.
A Residualidade é inerentemente interdisciplinar, podendo tomar de empréstimo conceitos históricos, sociológicos, antropológicos e filosóficos para investigar a literatura e a cultura. Essa complexa teia em que tempos, espaços, culturas, literaturas, artes e saberes se entrecruzam possibilita a apreensão dos aspectos humanísticos das sociedades, levando a uma comparação natural com a realidade que cerca os pesquisadores e, dessarte, ensejando uma maior compreensão de si mesmos.