Psicanálise e feminismo cresceram em debate – dos anos 1920-30, nos quais um alegado freudismo detrator das mulheres era internamente contestado por Horney, Deutsch e Jones, aos anos 1970, sob a ebulição do feminismo francês. Nesse contexto, Lacan é discutido por figuras próximas como Irigaray, Cixous, Montrelay. Kristeva e Wittig – se se enaltece a ênfase dada à linguagem, ainda se insiste em um presumido ranço patriarcal a participar da engrenagem do registro simbólico e do Édipo estrutural, crítica esta ratificada do outro lado do Atlântico, na pena de Rubin e, mais recentemente, na de Butler. Pretendemos traçar a história desse debate, assim como introduzir a teoria da sexuação lacaniana como uma alternativa para a renovação da polêmica que gira em torno de sexo e gênero.
Apresentação: Rafael Kalaf Cossi
Psicanalista; psicólogo, mestre, doutor e pós-doutorando pela USP. Membro do LATESFIP (Laboratório de teoria social, filosofia e psicanálise) e do AGE (Ambulatório de Generidades).