Quando? | 02, 03 e 04 de julho de 2025
Onde? | Em modelo remoto, por reuniões virtuais na plataforma Google Meet
Quem pode submeter propostas de trabalho | Doutores, mestres, estudantes de pós-graduação, graduados, estudantes de graduação e demais interessados
Prazo para submissões | até 21 de março de 2025 (novo prazo)
Aceites dos trabalhos aprovados | 21 de abril de 2025
Inscrições de ouvintes | de 05 de maio até 02 de julho de 2025
Inscrições de autores | de 21 de abril até 28 de maio de 2025
Envio de vídeos das apresentações | 10 de junho de 2025
Valores | pagamento após aprovação da submissão
- Ouvintes | gratuito
- Graduandos ou recém-graduados (2023 - 2025) | R$ 20,00
- Pós-graduandos lato ou stricto senso | R$ 40,00
- Mestres, doutores, professores e profissionais | R$ 60,00
MONTAR CENAS, FANTASIAR VIDAS
Os Estudos de Cultura Pop se consolidam no Brasil em função de sua capilaridade: estão presentes nos campos da música, do consumo e da publicidade, da cultura digital, das culturas urbanas, das experiências estéticas, do cinema e audiovisual, entre outros. Derivados dos debates em torno dos limites entre as noções de Cultura Popular e Pop, Alta e Baixa culturas, esses estudos compreendem que a Cultura Pop implica em reconhecer as zonas fronteiriças das disciplinas e dos campos da Comunicação, Ciências Sociais, Artes e Humanidades.
Entre as diversas abordagens que têm sido implementadas para estudar a Cultura Pop, destacamos especialmente o interesse nas performances, cenas e nos processos performativos. Pesquisas proliferam abordando cenas de filmes hollywoodianos que inspiram videoclipes, montações de drag queens que presentificam os corpos superlativos das divas, gestos das pistas de dança que deslocam imaginários de gêneros de música pop periférica para o mainstream, entre outros fenômenos. Estamos diantes de instâncias de interpelação que estimulam as diversas encenações midiáticas de si e as cenas de sujeição que nos produzem em vinculação aos regimes de alta visibilidade da cultura pop.
Os interesses teóricos e analíticos frequentemente se desenvolvem a partir de atualizações dos chamados Estudos de Performance: um conjunto de empreendimentos “indisciplinares” que, tocando a Comunicação, Antropologia, Artes da Cena, Filosofia, Ciências Sociais e Literatura, entre outros, propõem debater as relações limítrofes entre corpo, encenação, teatralidades, gestos e suas aparições em cenas midiáticas, artísticas e cotidianas. Os Estudos da Performance propõem enxergar cenas e práticas performáticas enquanto corpus de análise mas também a sua apropriação como ferramenta teórico-metodológica para “traduzir” eventos como performances.
A terceira edição do Simpósio Popfilia celebra o olhar sobre a Cultura Pop pela lente da Performance, reconhecendo a produção de pesquisas que observam a produção, o consumo, a plataformização e a performatividade da Cultura Pop como partes de um ecossistema que conecta as indústrias do entretenimento, territórios e experiências estéticas. Assim, os enquadramentos da performance frequentemente possibilitam incursões de pesquisa que interligam as narrativas e corporeidades hegemônicas às cenas de interação e fruição que preenchem e colorem nossos cotidianos. Jogos de encenação, transformação e reinvenção em que as fronteiras do ficcional são fluidas e passíveis de reconfigurações e fabulações são fundamentais para tecer novos movimentos às pesquisas.
Objetos da Cultura Pop e seu consumo permitem reconhecer o que foi outrora chamado de “conhecimentos sensitivos”, “confusos” ou “do corpo”, remetendo a um legado dos estudos da Estética que também investiram no papel da experiência na produção teórica. A perspectiva é debater a Cultura Pop sob à luz da Performance em um convite para explorar, criticar, torcer e reencenar a estética no contemporâneo. Apesar da Estética como disciplina ter sido uma ferramenta de crítica severa às culturas populares, cremos que há, em seu projeto, um gesto potencialmente rico de atentar para as relações entre poética, afeto e corpo e de valorizar “a aptidão natural para fantasiar”. Partimos do princípio de que falar de Estética é “bastardizá-la” num movimento que revela camadas de ficção e processos especulativos na comunicação e no cotidiano.
A proposta é, portanto, montar cenas e fantasiar vidas com a Cultura Pop. A fantasia seria uma espécie de vertigem da performance, pois reúne qualidades poéticas, retóricas e mercadológicas. É parte do mercado editorial, do cinema, do universo de games e da música; transformação, conversão e ruptura. A fantasia reposiciona as representações sociais, questiona as respostas morais, ressemantiza gramáticas, ativando sensibilidades, estados de corpo, relações entre corpos e encantos.
Assim, convidamos pesquisadoras, pesquisadores, artistas e pessoas interessadas das mais diversas áreas a submeter resumos expandidos cujas discussões giram em torno da Cultura Pop e suas diversas relações com os campos da Performance e da Estética, de preferência (mas não apenas) a partir das chaves temáticas apresentadas abaixo.
You better work, bitch | Teorias e práticas de Performance na Cultura Pop
Vida, devolva minhas fantasias | Fantasias, bad trips, utopias e distopias na Cultura Pop
Nós não estamos mais no Kansas, Totó | Territorialidades do pop em rituais, geopolíticas da cultura pop, cosmopolitismos, dinâmicas locais de performance
Ooh, it’s so good, it’s so… good | Corporeidades, coreografias, gestos e contatos entre corpos envolvendo a Cultura Pop
Turning tables | As viradas estéticas nas abordagens sobre o Pop
Divas, monstros, ciborgues e heróis | Identidades e interseccionalidades de gênero, classe, raça e sexualidade
If I could turn back time | Temporalidades, memórias e ressurgências na Cultura Pop
Uma história de amor, de aventura e de magia | Fandom, comunidades imaginadas e as ficções coletivas do Pop
O algoritmo não mente? | Plataformas e curadoria invisível na Cultura Pop
Brazil… I am devastated | Fabulações coloniais e decoloniais da Cultura Pop no contexto brasileiro e latino-americano