V Congresso Internacional sobre Sartre

V Congresso Internacional sobre Sartre

presencial Universidade do Estado do Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - Brasil

Sobre o evento

Em 1997, Gilberto Gil — para quem o existencialismo foi uma influência importante — lançou a canção Pela Internet, revelando um novo vocabulário que já havia entrado na ordem do dia: “Criar meu website, fazer minha homepage. Com quantos gigabytes se faz uma jangada e um barco que veleje?”. Onze anos depois, atento às transformações sociais, Gil atualizou sua composição em Pela Internet 2: o website e a homepage já haviam sido criados com módicos cinco gigabytes, mas agora precisavam ser renovados em terabytes, “que não acaba mais por mais que se deseje”, em um mundo já atravessado pela lógica do novo capital — “as criptomoedas, bitcoins e tais”. Até a canção, agora, precisava ser pensada para uma disponibilidade imediata no virtual. A consequência? “Estou preso na rede que nem peixe pescado”.

Nesse cenário, a subjetividade é convocada a se reinventar constantemente diante de redes sociais, plataformas digitais e moedas virtuais, que não apenas mediam relações, mas também constroem novas formas de reconhecimento e apagamento do outro. Pescamos e somos pescados nessa rede, que se faz presente em nosso cotidiano: seja no atendimento psicoterápico mediado pela tecnologia; nos usuários de serviços de cuidado, que outrora nos contavam as brigas que tiveram e hoje nos enviam todos os áudios da discussão; no registro documental online de tantos trabalhos com dados sensíveis; nos assédios do capital pela educação remota; na hibridização dos corpos, tantas vezes mediados por dispositivos; nas perdas de vagas no mercado de trabalho diante da automatização e, mais recentemente, da inteligência artificial, para citar alguns exemplos. Nesse sentido, é importante pensarmos sobre como a articulação entre subjetividades e tecnologia, se por um lado abre possibilidade de (re)invenção da vida, abre também espaço para desigualdade, segregação e sofrimento, o que exige uma reflexão ética urgente.

A ética, nesse contexto, é ainda mais afinada como o existencialismo, naquilo que ele nos convoca a tomá-la não como um conjunto de normas fixas, mas como exercício contínuo de responsabilidade diante da alteridade, da imprevisibilidade e da situação concreta. As práticas psicológicas, filosóficas, educacionais e sociais são atravessadas por essas tensões, que desafiam a liberdade. A luta entre singularização e serialização, entre o reconhecimento do outro e sua captura pelo mesmo, aparece como uma questão central para as ciências humanas hoje. Diante disso, o que temos feito?

Se vivemos um tempo em que novas formas de dominação, vigilância e exclusão se intensificam, ao mesmo tempo somos o ser que é condenado a ter de ser, a se (re)inventar. Como nos lembra Sartre na Apresentação de Les Temps Modernes, “não fazemos o que queremos, e, no entanto, somos responsáveis por aquilo que somos”. Além da ética, a dimensão política também se torna ainda mais urgente, compreendida como invenção e responsabilidade coletiva, permanecendo como espaço de construção de alternativas emancipatórias, de abertura à solidariedade e ao futuro.

É neste espírito que propomos o tema do V Congresso Internacional sobre Sartre (CONINSAR): "Existencialismo Hoje: Subjetividade, Ética, Política e Tecnologia". Entendemos que tais desafios não são meramente conjunturais, mas dizem respeito à própria condição humana na contemporaneidade. Apostamos na potência crítica e inventiva do existencialismo de Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir para problematizar essas questões, dialogando com campos como a clínica psicológica, a filosofia, as ciências sociais e as humanidades de maneira ampla e transversal.

Ao mencionarmos aqui, de modo explícito, o nome de Simone de Beauvoir, reiteramos a centralidade de sua obra para os debates existencialistas que o CONINSAR tem acolhido desde suas primeiras edições. Embora o nome do congresso traga apenas Sartre, Beauvoir sempre foi e continua sendo uma interlocutora fundamental em nosso espaço, com participação expressiva nas conferências, mesas redondas e sessões coordenadas. Assim, trabalhos focados em suas obras são sempre muito bem-vindos!

Celebramos, ainda, uma mudança significativa: esta edição passa a se chamar Congresso Internacional sobre Sartre (CONINSAR), reconhecendo o crescimento do evento em número de participantes, em diversidade de temas e em alcance internacional. O CONINSAR consolida-se como espaço de encontro, escuta e produção coletiva, em que o existencialismo não é apenas objeto de estudo, mas dispositivo crítico para a construção de futuros mais justos, sensíveis e solidários.

Sejam todas/es/os bem-vindas/es/os à quinta edição do Congresso Internacional sobre Sartre!

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