A IDENTIDADE ENCRUZILHADA EM “DEMÔNIO FAMILIAR”, DE JOSÉ ALENCAR, E "O MOLEQUE”, DE LIMA BARRETO

Publicado em 02/10/2024 - ISBN: 978-65-272-0753-5

Título do Trabalho
A IDENTIDADE ENCRUZILHADA EM “DEMÔNIO FAMILIAR”, DE JOSÉ ALENCAR, E "O MOLEQUE”, DE LIMA BARRETO
Autores
  • FABIO RODRIGO PENNA
Modalidade
Comunicações Orais - apresentação presencial.
Área temática
Memórias Negras
Data de Publicação
02/10/2024
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/1cinalc-e-v-coloquio-raca-e-interseccionalidades-387936/787501-a-identidade-encruzilhada-em-demonio-familiar-de-jose-alencar-e-o-moleque-de-lima-barreto
ISBN
978-65-272-0753-5
Palavras-Chave
Exu; Ancestralidade; Literatura; Lima Barreto; José de Alencar
Resumo
Definitivamente, Exu não é demônio! O pensamento de que a divindade Exu seja um demônio faz parte do imaginário que alimenta o projeto racista de identidade da sociedade brasileira. O presente trabalho tem por objetos a peça teatral “Demônio familiar”, publicada em 1857, de José de Alencar, e o conto “O moleque”, publicado em 1920, de Lima Barreto. As obras literárias, que se encontram separadas por um espaço temporal de sessenta e três anos, destacam a representatividade da criança preta na sociedade carioca. Na peça teatral de José de Alencar, o drama, que se situa em um período anterior à abolição, anuncia a projeção de um modelo de projeto político nacional brasileiro, que podemos nomear bionecropolítico a partir do tratamento dado ao menino escravizado Pedro, como um pequeno demônio, em virtude de suas peripécias na casa em que mora com seus senhores. No texto em prosa de Lima Barreto, o conto retoma essa demonização da criança escravizada, ao narrar a trajetória do moleque Zeca, que mora com a mãe no subúrbio do Rio de Janeiro, e a atualiza a partir dos planos eugenistas postos em prática diante da resistente ancestralidade negra na sociedade carioca pós-abolição. Enfocando as estratégias de sobrevivência de Pedro, escravizado vestido de demônio, e de Zeca, moleque que se veste de demônio, discutiremos a identidade encruzilhada (PENNA, 2021) que, segundo a qual, toda identidade é um caminho circinado sendo percorrido em um imenso mosaico de encruzilhadas, nas paisagens afrodiaspóricas das memórias afro-brasileiras dessas duas obras literárias. Inspirado nos conceitos acerca de Exu, divindade que nos conforta e confronta nos encontros da caminhada, a identidade encruzilhada, que enxerga a si mesma a partir da interseccionalidade de multiperspectivismos, em que o sujeito atravessa e é atravessado por inúmeros outros, sendo todos afetados à sua maneira, será apresentado como ressignificação da construção do imaginário da ancestralidade, por meio desses dois exus brasinhas, Pedro e Zeca, como combate à manutenção do projeto bionecropolítico de construção da identidade brasileira.
Título do Evento
I CINALC e V Colóquio Raça e Interseccionalidades
Cidade do Evento
Rio de Janeiro
Título dos Anais do Evento
Discursos, Memórias Negras e Esperança na América Latina
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

PENNA, FABIO RODRIGO. A IDENTIDADE ENCRUZILHADA EM “DEMÔNIO FAMILIAR”, DE JOSÉ ALENCAR, E "O MOLEQUE”, DE LIMA BARRETO.. In: Discursos, Memórias Negras e Esperança na América Latina. Anais...Rio de Janeiro(RJ) Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, 2024. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/1cinalc-e-v-coloquio-raca-e-interseccionalidades-387936/787501-A-IDENTIDADE-ENCRUZILHADA-EM-DEMONIO-FAMILIAR-DE-JOSE-ALENCAR-E-O-MOLEQUE-DE-LIMA-BARRETO. Acesso em: 29/04/2025

Trabalho

Even3 Publicacoes