O OUTRO DO OUTRO: REFLEXÕES SOBRE OUTRIDADE EM A REDENÇÃO DE CAM (1895) E VIAJE A MARTE (1930) DE MODESTO BROCOS (1852-1936)

Miguel Lúcio dos Reis

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O OUTRO DO OUTRO: REFLEXÕES SOBRE OUTRIDADE EM A REDENÇÃO DE CAM (1895) E VIAJE A MARTE (1930) DE MODESTO BROCOS (1852-1936)

Autores

Miguel Lúcio dos Reis

Modalidade

Resumo

Área temática

ST 2 - INTERSECCIONALIDES E MARCADORES SOCIAIS DA DIFERENÇA: ABORDAGENS INTERDISCIPLINARES

Data de Publicação

07/10/2021

País da Publicação

Brasil

Idioma da Publicação

Português

Página do Trabalho

https://www.even3.com.br/anais/congressoestudosculturais2021/362804-o-outro-do-outro--reflexoes-sobre-outridade-em-a-redencao-de-cam-(1895)-e-viaje-a-marte-(1930)-de-modesto-brocos-

ISBN

978-65-5941-351-5

Palavras-Chave

Modesto Brocos, Outridade, Gênero, Raça, Interseccionalidade.

Resumo

Modesto Brocos foi muitos. Navegou entre o ofício artístico, o ensino de Belas Artes no Rio de Janeiro, a literatura e a intensa busca de se colocar no mundo enquanto produtor e artista. Espanhol naturalizado brasileiro, foi um pintor no final do oitocentos brasileiro e se destacou pela execução de obras com personagens negras num momento escasso da temática. O presente trabalho se objetiva em relacionar as aproximações de duas de suas obras: a pintura A Redenção de Cam do ano de 1895 e o livro Viaje a Marte de 1930. Para isso, utilizaremos a noção de Outridade a fim de questionar a colocação do autor diante do corpo feminino e como o reuso de algumas de suas escolhas pictóricas e literárias podem assumir um caráter autoritário e incongruente diante de sua própria retórica. Defenderemos aqui, que o pintor fez uso de uma triangulação prática constituída pela aplicação do feminino, da religião e do futuro. Seja no romance utópico de 1930 ou da pintura do século XIX, Brocos se esforçou em fabricar uma concepção de futuridade a partir daquilo que abraçava por justiça, arte nacional ou sociedade emancipada. Isso quer dizer pensar que tais sujeitos históricos, como o pintor, são produtos e produtores de suas épocas. Produtos porque estão imersos em suas questões, nas sociedades em que viveram, foram moldados pelas correntes filosóficas, pela política, mídia e das tradições que os construíram. Produtores posto que, a partir de seus processos de manipulação mútua com o outro, são colocados a pensar e refletir o coletivo, a projetar não somente suas vidas no porvir, mas ousar refletir o projeto de sociedade que acreditavam. Imerso, Brocos foi influenciado na mesma medida em que tentou influenciar. O trabalho adota uma abordagem de reflexão crítica apoiada na teorização do Outro da filósofa Simone de Beauvoir, que acompanha e é atualizada na contemporaneidade por uma perspectiva interseccional entre gênero e racialidade, correspondente em o Outro do Outro, da teórica Grada Kilomba.

Título do Evento: I Congresso Internacional de Estudos das Diferenças & Alteridade: Identidades Fraturadas, Memória Cultural e Processos Diaspóricos e I Seminário Internacional da Rede Internacional de Pesquisa em História e Culturas Contemporâneas: As Ciências Humanas no Olho do Furacão
Título dos Anais do Evento: Anais do Congresso Internacional de Estudos das Diferenças & Alteridade
Nome da Editora: Even3
Meio de Divulgação: Meio Digital

Como citar

REIS, Miguel Lúcio dos. O OUTRO DO OUTRO: REFLEXÕES SOBRE OUTRIDADE EM A REDENÇÃO DE CAM (1895) E VIAJE A MARTE (1930) DE MODESTO BROCOS (1852-1936).. In: Anais do Congresso Internacional de Estudos das Diferenças & Alteridade. Anais...São Paulo(SP) Rede Internacional de Pesquisa em História e Culturas no Mundo Contemporâneo, 2021. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/congressoestudosculturais2021/362804-O-OUTRO-DO-OUTRO--REFLEXOES-SOBRE-OUTRIDADE-EM-A-REDENCAO-DE-CAM-(1895)-E-VIAJE-A-MARTE-(1930)-DE-MODESTO-BROCOS-. Acesso em: 25/04/2025