OS GRUPOS DE EXTERMÍNIO E A OPINIÃO PÚBLICA BRASILEIRA: OS MÃO BRANCA EM CAMPINA GRANDE-PB (1979-1985).

Publicado em 07/10/2021 - ISBN: 978-65-5941-351-5

Título do Trabalho
OS GRUPOS DE EXTERMÍNIO E A OPINIÃO PÚBLICA BRASILEIRA: OS MÃO BRANCA EM CAMPINA GRANDE-PB (1979-1985).
Autores
  • Helmano de Andrade Ramos
Modalidade
Resumo
Área temática
ST 1 - AUTORITARISMOS, DISPOSITIVOS DE INTOLERÂNCIA E VIOLÊNCIA DE GÊNERO NO BRASIL E NO MÉXICO.
Data de Publicação
07/10/2021
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/congressoestudosculturais2021/370521-os-grupos-de-exterminio-e-a-opiniao-publica-brasileira--os-mao-branca-em-campina-grande-pb-(1979-1985)
ISBN
978-65-5941-351-5
Palavras-Chave
Grupos de Extermínio, Opinião Pública, Mão Branca, Brasil.
Resumo
O objetivo é recompormos a prática utilizada pelo Grupo de Extermínio Mão Branca na cidade de Campina Grande, Paraíba, e com isso, questionarmos a classificação das suas vítimas tanto na imprensa quanto na historiografia campinense. Para isso, utilizamos a teoria da história oral dos depoentes, denunciantes e testemunhas do Esquadrão da Morte em São Paulo, relacionada à transformação na cultura jornalística paulistana sobre os grupos de extermínio e a origem do jornalismo investigativo no Estadão. A partir daí, abordamos a proximidade da opinião pública carioca com o Grupo de Extermínio Mão Branca, da Baixada Fluminense, a quem, o nome das vítimas e os locais aonde os corpos seriam encontrados, eram informados e publicados em matérias de Capa do Última Hora. Tal método de imposição da ordem militar remanescente da ditadura e da “limpeza social” foi transportado do Rio de Janeiro para Campina Grande em 1979, quando o Grupo de Extermínio Mão Branca se formou, ainda sem a nomenclatura, mas baseado na extorsão e na tortura de marginais da Zona Leste da cidade. Isso, até a expulsão de um dos seus membros, Temporal, que ao retornar à corporação, como policial de oficio, por intermédio do segundo membro, o Superintendente da Polícia Civil da Paraíba, Ciço Tomé, foi lotado como subordinado ao terceiro membro do grupo, o chefe de investigação da Primeira Delegacia Distrital, Zezé Basílio. Formava-se a versão campinense dos Mão Branca, que no ano de 1980, aparecia no jornal Diário da Borborema como o justiceiro, algoz de bandidos perigosos, e como supomos, a partir do Paradigma Indiciário de Ginzburg, influenciou o tratamento historiográfico campinense. A partir do momento que a identificação das vítimas passou a reconhecê-las como pobres marginalizados e/ou delinquentes, sem conjecturar que na realidade, a maioria das vítimas dos Mão Branca eram detentos do regime fechado ou semiaberto da Casa de Detenção de Campina Grande. A análise interpretativa do processo do único policial condenado pelos crimes do grupo, Zezé Basílio, revelou que: inspirados no grupo de extermínio carioca, os Mão Branca campinense, também telefonavam para o jornal, indicando a localização dos corpos. No entanto, parecido com o que ocorreu com o Esquadrão da Morte paulistano, a atitude da opinião pública campinense se transformou, a partir da denúncia dos parentes das vítimas, da sociedade civil e da igreja católica. Ainda assim, o que nunca foi dito é que as vítimas dos Mão Branca não eram pessoas perigosas, como exposto nos jornais, mas também, não eram apenas pobres marginalizados, como oferecido à historiografia, eram detentos da Casa de Detenção, que retirados de suas celas por Zezé Basílio e Ciço Tomé, com o pretexto de transferi-los de cela ou para a delegacia distrital, os levavam para a morte, registrada nas matérias de capa do Diário da Borborema, além de outras, que despistassem a prática.
Título do Evento
I Congresso Internacional de Estudos das Diferenças & Alteridade: Identidades Fraturadas, Memória Cultural e Processos Diaspóricos e I Seminário Internacional da Rede Internacional de Pesquisa em História e Culturas Contemporâneas: As Ciências Humanas no Olho do Furacão
Título dos Anais do Evento
Anais do Congresso Internacional de Estudos das Diferenças & Alteridade
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

RAMOS, Helmano de Andrade. OS GRUPOS DE EXTERMÍNIO E A OPINIÃO PÚBLICA BRASILEIRA: OS MÃO BRANCA EM CAMPINA GRANDE-PB (1979-1985)... In: Anais do Congresso Internacional de Estudos das Diferenças & Alteridade. Anais...São Paulo(SP) Rede Internacional de Pesquisa em História e Culturas no Mundo Contemporâneo, 2021. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/congressoestudosculturais2021/370521-OS-GRUPOS-DE-EXTERMINIO-E-A-OPINIAO-PUBLICA-BRASILEIRA--OS-MAO-BRANCA-EM-CAMPINA-GRANDE-PB-(1979-1985). Acesso em: 29/04/2025

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