POR QUE HÁ LAGARTAS NO CHÃO DA ESCOLA? A BORBOLETA COME FOLHAS OU FRUTAS?: RELATOS DE EXPERIÊNCIAS EM DUAS TURMAS DE AGRUPAMENTO III SOBRE O CICLO DE VIDA DA BORBOLETA MECHANITIS POLYMNIA CASABRANCA

Publicado em 11/11/2021 - ISBN: 978-65-5941-410-9

Título do Trabalho
POR QUE HÁ LAGARTAS NO CHÃO DA ESCOLA? A BORBOLETA COME FOLHAS OU FRUTAS?: RELATOS DE EXPERIÊNCIAS EM DUAS TURMAS DE AGRUPAMENTO III SOBRE O CICLO DE VIDA DA BORBOLETA MECHANITIS POLYMNIA CASABRANCA
Autores
  • Nanci Ellen Diniz Andrade
  • Rosinete Lima Setubal
Modalidade
Sessões de Diálogos - Resumo Expandido
Área temática
EDUCAÇÃO DAS SENSIBILIDADES E NARRATIVAS: O MUNDO NA ESCOLA E A ESCOLA NO MUNDO
Data de Publicação
11/11/2021
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/xfalaoutraescola2021/375261-por-que-ha-lagartas-no-chao-da-escola-a-borboleta-come-folhas-ou-frutas--relatos-de-experiencias-em-duas-turmas
ISBN
978-65-5941-410-9
Palavras-Chave
Palavras-chave: Educação Infantil; experiência; borboleta; metamorfose; ciclo de vida.
Resumo
O presente trabalho busca apresentar os relatos de experiências com o ciclo de vida da borboleta Mechanitis polymnia casabranca em duas turmas de Agrupamento III em um CEI da Rede Municipal de Campinas no ano de 2020. O projeto em cada turma surgiu de formas diferentes, tendo em vista o acompanhamento do ciclo de vida da borboleta. As propostas foram desenvolvidas de acordo com o interesse das crianças de cada turma e culminaram na soltura das borboletas no parque, dias antes de iniciar o afastamento presencial da escola por conta da pandemia de COVID-19. Durante a adaptação das turmas, buscamos trazer para as crianças livros diferentes, para ajudar na adaptação. Em uma turma, foi explorado o livro “Lagartas malucas” que possui borboletas cintilantes e chamam muito a atenção devido ao brilho. Terminada a leitura, algumas crianças demonstraram ter um conhecimento prévio sobre o assunto, dizendo que a lagarta comia folhas, já a outra criança disse que não era folhas, eram as frutas das árvores, pois tinha encontrado uma parecida (disse que era menor) em uma goiaba e a outra criança discordou. Percebeu-se após a roda de conversa, que seria um tema interessante para pesquisar com a turma e a sugestão foi aceita por todas as crianças, pois ficaram muito curiosas e empolgadas, então, passaram a ser a “Turma das Borboletas”. Na outra semana, as crianças conheceram a mascote e começaram a pensar sobre qual seria seu nome. Ao final do dia, foi enviado um bilhete para as famílias para que participassem deste momento de escolha, junto com as crianças. Entre os nomes sugeridos, o mais votado foi o nome “Bela”. Depois da definição do projeto da turma do Agrupamento III C, em conversa com a professora do Agrupamento III E, que compartilhou a necessidade de investigação sobre o ciclo de vida da borboleta, pois as crianças esmagavam as lagartas no caminho para o parque. Surgiu aí uma possibilidade de integração das duas turmas com o mesmo tema, tendo como objetivo observar o ciclo de vida da borboleta. Com auxílio e orientação do Prof.º Dr.º Márcio Romero Marques Carvalho que pesquisou sobre essa espécie de borboleta durante o doutorado, foi possível colher uma desova que estava em uma única folha. Após as lagartas passarem para o 2º ínstar foi feita a divisão em dois potes para o acompanhamento por cada turma. A Turma das Borboletas recebeu com muita alegria os “ovinhos da borboleta” da Turma da Coruja, as crianças estavam ansiosas para vê-las crescendo e passaram o dia olhando ansiosas o pote. A primeira vez que observaram, perceberam o quanto eram pequenas, perguntaram quando elas iriam sair de lá, e foi esclarecido que iríamos acompanhar cada evolução que ocorresse, e para registrar o mesmo, montamos um “livro” das fases de crescimento, modelando os ovinhos que observaram e cada criança fez da maneira que observou/conseguiu. Conforme os dias foram passando, os ovos se transformam em pequenas lagartas, que andam e comem sem parar, enchendo a caixa de cocô, que eles acharam que eram ovinhos pretos, pois são bolinhas e ao retornar para a escola no outro dia ficaram surpresas em como elas cresceram rápido e que estavam mais gordinhas. Depois de comer bastante, as crianças chegaram na sala e ficaram muito preocupadas, chateadas, dizendo que as lagartas “Sumiram!”, ao checar o pote de perto, notaram que elas estavam descansando na tampa do pote, ficaram olhando intrigadas e disseram que já estavam cansadas de comer e ficaram curiosas com a mudança que vinha a seguir. A empolgação foi maior quando observaram “Casulos dourados”, lembraram imediatamente do livro com lagartas cintilantes intitulado “Lagartas malucas”, foi aí que perceberam que estava próximo, o encontro com as nossas queridas borboletas. Este tempo de observação teve a duração de 8 dias, enquanto isso as duas turmas ficaram aguardando ansiosas pelo momento em que as borboletas emergiriam. No momento em que elas começaram a eclodir, no decorrer do dia fomos contando cada uma que conseguia sair e esticar suas asas, aguardando todas saírem da Pupa. Somente no outro dia, marcamos um encontro com a outra turma no parque para fazermos a soltura das borboletas juntas. Foi um momento de muita comemoração e alegria para as crianças, pois nunca tinham visto tantas borboletas juntas. Assim que abrimos as caixas, elas observavam cada uma e tentavam acompanhar o início da sua nova jornada. Paralela à proposta desenvolvida acima, na turma da Coruja iniciou-se a leitura da história “O caso da lagarta que tomou chá de sumiço” de Milton Célio de Oliveira Filho. Cada dia foi lido um trecho da história e as crianças ficavam no suspense da descoberta. Quando o pote foi apresentado na turma, as crianças ficaram encantadas com as lagartas tão pequeninas, uns diziam nem estar conseguindo vê-las pois estavam amontoadas num local só. Com o passar dos ínstares, com a troca da cápsula cefálica, as lagartas iam crescendo e comendo mais folhas. Assim como na Turma das Borboletas, as crianças já observavam os cocôs aumentando de volume no fundo do pote. O movimento de cada uma já se tornava mais notável e as crianças faziam tentativas de contagem. Como alternativa de registro, foi elaborada em uma folha uma representação do ciclo de vida da borboleta com as quatro fases: ovos, lagartas, pupa/crisálida e por fim a borboleta. Nesse diagrama cíclico, a criança identificava o que estava acontecendo no pote, colorindo com lápis de cor, canetinha ou giz de cera, depois colava a palavra referente à fase e fazia tentativas de escrita. Ao completar todo o diagrama, a criança faria a sua representação em outra folha, de todo o ciclo que acompanhou. As crianças que faltavam e depois retornavam à escola, ficavam surpresas com o crescimento das lagartas. Um momento marcante foi a fase de pré-pupa e pupa. As lagartas começaram a mudar de cor, para um amarelado forte, saíram das folhas para empupar e no dia seguinte tivemos uma grata surpresa: várias crisálidas douradas penduradas no pote. As crianças falavam que parecia um brinco dourado, outras ficaram só boquiabertas sem entender como aquilo aconteceu. No dia seguinte todas já tinham se transformado. As crianças pediam todos os dias para observar as crisálidas, ansiosas pelo dia de ver as borboletas. Seguravam o pote com cuidado e chamavam a atenção dos colegas que batiam ou tentavam sacudi-lo. Após elas emergirem, foi realizada a primeira soltura coletiva das borboletas com as duas turmas em um dos parques da escola. Foi uma experiência marcante, de muito encantamento e euforia. Alguns se despediam das borboletas, outros queriam fazer carinho, colocar na mão, outros ficaram com medo, choraram de saudade, corriam atrás das borboletas que estavam voando ainda tímidas pois estavam esquentando as asas para voos mais longos. Depois dessa experiência, foi observado que as crianças não esmagavam mais as lagartas que encontravam pelo caminho, se caso encontrassem, tentavam pegar com uma folha para deixar em uma árvore mais próxima, discutiam para saber porque ela tinha saído da árvore que estava ou simplesmente a deixavam seguir seu caminho. Como exemplo de afinação do olhar para desovas de insetos que fazem parte da rotina da escola, as crianças notaram na cortina na sala, muitos ovinhos bem juntinhos, e perguntaram se era de borboleta também, levantamos a hipótese de que deveria ser da famosa “Maria fedida” e que iríamos pesquisar e observar sua evolução também. Acreditamos que elas apareçam porque nossa escola é rica em área verde, e em frente às salas, há várias árvores frutíferas e horta, portanto, elas vêm nos visitar com bastante frequência. Sempre conversamos com as crianças para que não pisem nelas, pois fazem parte da natureza e o cheiro que exalam é sua defesa natural e que devemos respeitar o espaço de todo ser vivo. Vale comentar que durante esse período, encontramos uma lagarta que estava no parque buscando um local para empupar, e as crianças manifestaram o interesse em acompanhar a metamorfose dela para saber se viraria borboleta ou mariposa. Essa lagarta foi colocada em outro pote. Virou pupa, passaram vários dias e nada aconteceu. Ao observar a pupa bem de perto, dava para ver um furinho. Na verdade, descobrimos depois que alguma vespa já havia parasitado a lagarta e se aproveitou para reproduzir. Semanas depois, a vespa saiu da pupa. As crianças ficaram tristes, porém foi um momento importante para compreender que cada animal tem sua forma de se reproduzir, no caso dessa espécie de vespa é necessário utilizar a pupa construída pela lagarta já parasitada. Após todas as vivências, as crianças procuram as borboletas quando estão no parque, na esperança de vê-las novamente. Foi um período cheio de descobertas e de encantamento. Nesta mesma semana onde iríamos iniciar uma nova investigação, deu-se o afastamento das aulas presenciais devido à Covid-19. Durante este período, aprendemos mais com as crianças sobre o ciclo de vida da borboleta, sem imaginarmos que passaríamos por profundas metamorfoses com a pandemia que estava se aproximando.
Título do Evento
X FALA Outra ESCOLA
Título dos Anais do Evento
Anais do Seminário Fala Outra Escola
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

ANDRADE, Nanci Ellen Diniz; SETUBAL, Rosinete Lima. POR QUE HÁ LAGARTAS NO CHÃO DA ESCOLA? A BORBOLETA COME FOLHAS OU FRUTAS?: RELATOS DE EXPERIÊNCIAS EM DUAS TURMAS DE AGRUPAMENTO III SOBRE O CICLO DE VIDA DA BORBOLETA MECHANITIS POLYMNIA CASABRANCA.. In: Anais do Seminário Fala Outra Escola. Anais...Campinas(SP) UNICAMP, 2021. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/xfalaoutraescola2021/375261-POR-QUE-HA-LAGARTAS-NO-CHAO-DA-ESCOLA-A-BORBOLETA-COME-FOLHAS-OU-FRUTAS--RELATOS-DE-EXPERIENCIAS-EM-DUAS-TURMAS. Acesso em: 25/04/2025

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